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Partido britânico anti-Europa deve liderar eleições

Mesmo com as críticas, o partido Ukip provavelmente irá liderar as eleições europeias, ou pelo menos em um apertado segundo lugar

Pedestre passa por um poster da campanha eleitoral do Partido pela Independência (Ukip) em Vauxhall, centro de Londres (Luke MacGregor/Reuters)

Pedestre passa por um poster da campanha eleitoral do Partido pela Independência (Ukip) em Vauxhall, centro de Londres (Luke MacGregor/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 17h36.

Londres - O partido britânico anti-União Europeia Ukip provavelmente irá liderar as eleições europeias de quinta-feira, ou ficar em um apertado segundo lugar, de acordo com pesquisas de opinião que indicam que a avalanche de críticas ao preconceito racial e à intolerância da legenda não intimidou os eleitores.

Os três principais partidos britânicos criticaram fortemente o Partido pela Independência (Ukip), que defende que a região abandone a União Europeia e imponha controles de imigração muito mais rígidos, levando a legenda a publicar um anúncio em um jornal afirmando não ser racista.

Boa parte da imprensa local, incluindo o tabloide The Sun, de propriedade do milionário Rupert Murdoch e seu grupo News Corp, juntaram-se ao debate.

Nesta semana, o The Sun indagou os leitores se achavam que o líder do Ukip, Nigel Farage, era uma “ameaça intolerante”.

Mas duas pesquisas publicadas nesta quarta-feira, às vésperas da votação europeia, o último grande teste político antes da eleição nacional do ano que vem, indicaram que as críticas contínuas não estão detendo os apoiadores do Ukip.

O levantamento da YouGov para o The Sun mostra o Ukip empatado com o oposicionista Partido Trabalhista com 27 por cento das intenções de voto, e o Partido Conservador, do primeiro-ministro David Cameron, tem 23 por cento. Quando computados apenas aqueles que confirmaram que irão votar, o Ukip mostrou uma dianteira de cinco pontos percentuais.

Uma segunda pesquisa do diário The Daily Mirror feita pela Survation também mostrou o Ukip empatado com os trabalhistas, desta vez na casa dos 29 por cento.

Mas novamente, contando só os eleitores comprometidos a ir às urnas e conscientes do seu voto, o polêmico grupo confirmou a vantagem de cinco pontos percentuais.

“Os eleitores do Ukip disseram à Survation estarem mais inclinados a ir votar e mais cientes de que quinta-feira é o dia da eleição” do que apoiadores dos outros partidos, disseram os pesquisadores.

Nos dois levantamentos, os Liberais Democratas, o parceiro minoritário e pró-Europa de Cameron, ficaram na quarta colocação.

Escrevendo no jornal de tendência direitista Daily Express, Farage disse que a saraivada de críticas saiu pela culatra. “Acho que, ironicamente, isso tornou mais provável que aqueles que nos apoiam se mantenham fiéis nas eleições subsequentes”, afirmou.

Os resultados finais do pleito só serão revelados na noite de domingo, depois que a votação para o Parlamento Europeu se encerrar na Itália.

As pesquisas demonstraram que o Ukip atraiu eleitores dos três principais partidos explorando a insatisfação com a incapacidade dos políticos realizarem mudanças, especialmente no quesito imigração, que muitos britânicos veem como demasiadamente alta.

O tema se juntou à economia no topo das preocupações dos eleitores pela primeira vez em anos, depois que as restrições da UE a romenos e búlgaros que trabalham na Grã-Bretanha foram suspensas no início do ano.

O Ukip argumenta que a única maneira de a Grã-Bretanha controlar suas fronteiras é abandonar a UE para poder descartar as leis de livre circulação do bloco.

Mas Farage flertou com a polêmica ao dizer que as pessoas que vivem em Londres ficariam preocupadas de ter romenos como vizinhos por causa da alta taxa de crime entre essas nacionalidades.

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