Islã: "a Europa se acerca dos tempos de antes da Segunda Guerra Mundial", disse o líder (Spencer Platt/Getty Images)
EFE
Publicado em 16 de março de 2017 às 13h15.
Istambul - O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta quinta-feira que a Europa começou uma "cruzada" contra o islã, em referência à decisão do Tribunal Europeu de permitir que empresas proíbam o uso do véu islâmico em horário laboral.
"Começaram uma cruzada, não há outra explicação. A Europa se acerca dos tempos de antes da Segunda Guerra Mundial", disse o líder em um evento na cidade de Sakarya.
Erdogan também comentou os resultados das eleições na Holanda, país com o qual a Turquia está imersa em uma crise diplomática desde que o país europeu proibiu atos de campanha eleitoral a ministros turcos.
"Rutte (o primeiro-ministro Mark Rutte), talvez tenha vencido as eleições, mas perdeu a amizade da Turquia", disse Erdogan.
O presidente voltou a tachar de "fascista" a atuação da Holanda e a acusá-la de perpetrar o massacre de Srebrenica, cometido em 1995 pelas tropas servo-bósnias nessa cidade da Bósnia, que estava custodiada por boinas azuis holandeses.
"Mataram 8.354 irmãos muçulmanos em Srebrenica. O que vão dizer? Sua democratização é preocupante. Seus valores europeus são preocupantes", afirmou o líder no comício.
Erdogan procura garantir seu poder no referendo de 16 de abril, no qual a Turquia decidirá se adota um sistema presidencialista.
Também o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, afirmou hoje que a Europa será em breve palco de uma "guerra de religiões" e disse que a derrota do líder xenofóbico Geert Wilders nas eleições holandesas foi graças à Turquia.