Imigrantes africanos descansam em uma quadra após serem resgatados no sul da Espanha (Jon Nazca/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de dezembro de 2014 às 13h27.
Madri - A União Europeia (UE) registrou em 2014 um número recorde de 270 mil imigrantes em situação irregular, com Itália e Grécia como principais destinos, segundo dados da Agência Europeia de Fronteiras (Frontex).
Em entrevista à Agência EFE, o diretor adjunto da entidade, Gil-Arias Fernández, disse que, com relação a 2013, as chegadas de imigrantes se multiplicaram por mais de 2,5 este ano, o que representa o dobro do número até agora considerado um recorde, com 141 mil chegadas em 2011 devido ao efeito da "primavera árabe" em vários países.
Depois da Itália e da Grécia, os imigrantes chegam em maior quantidade a Bulgária, Hungria e Espanha. O diretor de Frontex atribui esta alta da imigração a situação instável nos países de origem e a ausência de controle nos de passagem, como a Turquia e a Líbia.
"Os números de maior volume de chegadas do Mediterrâneo procedem do litoral da Líbia", afirmou.
Fernández também explicou que disparou o número de casos de imigrantes que fogem de seus países buscando proteção internacional.
"Se há alguns anos a tendência era de 50% de imigrantes por motivos econômicos e a mesma porcentagem de refugiados políticos, este ano fecharemos com cerca de 80% de imigrantes chegados à UE que preenchem os requisitos de refugiados", garantiu.
Embora Frontex só conclua o levantamento em janeiro, o diretor adiantou que os dados totais de chegadas superarão os de 270 mil pessoas, já que no final de novembro foram contabilizados 260 mil imigrantes resgatados. A isso se somarão as chegadas das últimas semanas que deve ser de, aproximadamente, 11 mil.
Fernández prevê um futuro pessimista sobre o fluxo de imigrantes e afirmou que acredita que os números deste ano serão mantidos se a UE e os Estados-membros "não atuarem com certa inteligência e encontrarem soluções para evitar a perda de vidas humanas como vem acontecendo".
"Se não se encontrarem soluções políticas para os países de origem, onde a UE e a comunidade internacional podem influir, e nos de passagem, como a Líbia na qual parece que sua situação não melhorará em curto prazo, penso que a situação se manterá parecida à atual", concluiu.