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"Eurocético" Zeman é favorito em eleição na República Tcheca

Eleitores do país comparecerão às urnas na sexta-feira e no sábado para o primeiro turno das eleições presidenciais

Milos Zeman: esta é a segunda eleição presidencial direta após a queda do comunismo em 1989 (David W Cerny/Reuters)

Milos Zeman: esta é a segunda eleição presidencial direta após a queda do comunismo em 1989 (David W Cerny/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 06h47.

Praga - Cerca de 8 milhões de eleitores estão convocados para comparecerem às urnas na sexta-feira e no sábado na República Tcheca para o primeiro turno das eleições presidenciais, nas quais o atual chefe de Estado, Milos Zeman, é considerado grande favorito.

Esta é a segunda eleição presidencial direta após a queda do comunismo em 1989.

Até a reforma constitucional de 2013, o chefe de Estado era escolhido entre os 200 deputados da Câmara e os 81 membros do Senado em sessão conjunta.

No total, nove candidatos se apresentaram neste pleito presidencial e, segundo as últimas pesquisas, o principal favorito é Zeman, antigo presidente do Partido Social-Democrata, com 32% de preferência, mas ainda está distante dos 50% necessários para garantir a presidência no primeiro turno.

O segundo candidato com mais intenção de voto, com 21%, é o independente Jiri Drahos, químico e ex-presidente da Academia de Ciências da República Tcheca, seguido pelo também independente Michal Horacek, com 10%.

Zeman, de 73 anos, não quis participar de debates eleitorais com seus rivais para evitar cair em desqualificações de seus oponentes, aos quais ele diz que não dá muito crédito.

O presidente tcheco é um personagem polêmico, que considera impossível a integração do islã na cultura europeia e qualifica a crise de refugiados de 2015 na Europa como uma "invasão organizada".

Além disso, é conhecido por suas críticas à União Europeia (UE), por sua boa relação com o presidente russo Vladimir Putin, e por seus elogios ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em maio de 2015, ainda em plena crise da Crimeia, Zeman foi o único chefe de Estado de um país-membro da União Europeia (UE) a participar das festividades organizadas na Praça Vermelha, em Moscou, pelo 70º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.

Drahos, por sua vez, focou sua campanha em uma mensagem claramente pró-UE e prometeu que, sob o seu comando, a República Tcheca, um país bastante eurocético, terá um papel mais ativo dentro do bloco comunitário.

Além disso, o acadêmico, de 68 anos, defende a ideia de um "Estado seguro, que garanta a liberdade de expressão", e também se destaca por nunca ter colaborado com o antigo regime comunista, algo que lhe causou problemas profissionais.

Horacek, jornalista, poeta, produtor musical e empresário sem afiliação política, prometeu aos eleitores ser diferente dos políticos atuais que, segundo ele, "se esquecem rapidamente das preocupações das pessoas".

Entre os outros seis candidatos restantes, que, segundo as pesquisas, provavelmente não chegarão ao segundo turno, o principal destaque é o antigo líder conservador e ex-primeiro-ministro Mirek Topolanek, cujo governo caiu por uma moção de censura em plena presidência tcheca da UE no primeiro semestre de 2009.

As quase 15 mil seções eleitorais da República Tcheca permanecerão abertas nesta sexta-feira entre 14h e 22h locais (10h e 18h em Brasília), e no sábado entre 8h e 14h (4h e 10h em Brasília).

Os primeiros resultados preliminares da apuração serão divulgados no sábado pela tarde.

Caso nenhum candidato consiga a maioria absoluta, o que provavelmente vai ocorrer segundo as pesquisas, o segundo e definitivo turno acontecerá nos dias 26 e 27 de janeiro.

O cargo presidencial na República Tcheca tem caráter mais protocolar e representativo.

O primeiro presidente democrático do país após a queda da Cortina de Ferro foi o dramaturgo e crítico do regime comunista Vaclav Havel, que morreu em dezembro de 2011.

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