Polícia isola os arredores da Casa Branca, após os ataques em Boston: o país vive nesta semana um grau de psicose comparado ao gerado após os ataques do 11 de setembro (Jewel Samad/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2013 às 09h50.
Redação Internacional - Os atentados de Boston, o alerta pelo envio de cartas envenenadas ao presidente e a um senador e a explosão de uma fábrica de fertilizantes em Waco (Texas) foram os episódios de uma semana negra nos Estados Unidos, que ocorreram perto dos aniversários de massacres que comoveram o país.
Em cinco dias de abril, de 16 até 20, coincidem as datas dos piores massacres dos últimos 15 anos nos Estados Unidos, com exceção dos atentados de 11 de setembro de 2001.
No entanto, o país vive nesta semana um grau de psicose comparado ao gerado após os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, ao ser evidenciado que os EUA são vulneráveis a atentados. As explosões de Boston foram consideradas um ato de terrorismo, mas esta hipótese não está sendo trabalhada no caso do incêndio do Texas.
A cidade de Boston, justamente de onde saiu um dos aviões que derrubaram as Torres Gêmeas, transformou-se no centro da atenção internacional na segunda-feira após as explosões que mataram três pessoas e feriram mais de cem durante a tradicional maratona local.
O FBI já identificou um suspeito pelo ataque, mas o indivíduo ainda não foi detido e não se sabe quais foram suas motivações.
A possibilidade de que grupos terroristas árabes estejam por trás do massacre, embora ainda não descartada, parece perder força.
No meio do caos gerado por estes fatos, a polícia federal americana disparou todos os alarmes ao descobrir que cartas enviadas ao presidente Barack Obama e ao senador republicano Roger Wicker continham uma substância venenosa, a ricina.
Após prender um suspeito, o FBI descartou que a carta encaminhada a Obama estivesse relacionada com as explosões de Boston, o que neutralizou as suspeitas divulgadas por alguns meios de comunicação de que o país era de novo vítima de um ataque de grupos organizados.
E como se não bastasse, ontem à noite ocorreu uma grave explosão em uma fábrica de fertilizantes na cidade de Waco, que causou a morte de pelo menos cinco pessoas e deixou quase duzentos feridos.
Waco é tristemente conhecida por ser o local onde 81 seguidores da seita liderada por David Koresh morreram.
Em 19 de abril de 1993, as forças de segurança tentaram invadir o rancho Monte Carmelo, onde o grupo, chamado Ramo Davidiano, estava reunido desde 28 de fevereiro. A polícia lançou gás lacrimogêneo no local e em seguida ocorreu um incêndio. Entre os 81 mortos havia 17 crianças menores de dez anos.
Em 16 de abril de 2007, o estudante sul-coreano Cho Seung-hui, com um histórico de problemas mentais, matou 32 pessoas nas salas de aula da Universidade Politécnica da Virgínia antes de se suicidar.
Em uma espécie de testamento que Cho deixou, o autor do massacre prestava homenagem a Eric Harris e Dylan Kiebold, os estudantes que quase exatamente oito anos antes tinham aberto fogo contra seus colegas na Universidade Columbine, no Colorado.
Harris e Kiebold mataram doze alunos e um professor em 20 de abril de 1999. Mas estas tragédias não são as únicas que cumprem aniversário neste mês.
Em 19 de abril, dois anos depois do cerco de Waco, um caminhão-bomba destruiu o edifício federal Alfred Murray, na cidade de Oklahoma, onde ficava a sede do Departamento de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo (ATF), cujos agentes participaram da operação contra os davidianos.
O autor do atentado, que matou 168 pessoas, foi Timoty Mcveigh, um ex-soldado condecorado na guerra do Golfo e vinculado a grupos paramilitares de extrema direita. O atentado foi considerado uma vingança contra o governo americano pela morte dos davidianos. O ex-soldado foi condenado à morte e executado seis anos depois.
Acaso ou conspiração, a verdade é que abril se transformou em um mês trágico e temido para muitos americanos.