Marina Silva (PSB): ela foi ministra no governo de Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2008 (Reuters/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2014 às 09h18.
Genebra - A diplomacia norte-americana chamou a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) de "dogmática" e não disfarçou a satisfação com sua saída do Ministério do Meio Ambiente, em maio de 2008. É o que revela uma série de telegramas do Departamento de Estado norte-americano, coletados pelo grupo WikiLeaks.
Nos documentos, Washington indica que tentou uma aproximação com Marina, em encontros com diplomatas e até convidando a então ministra para uma viagem aos parques naturais dos EUA. Mas não hesitou em alertar que, diante de sua queda, as "oportunidades" de aproximação com o Brasil aumentaram em setores-chave para os norte-americanos, como biotecnologia e transgênicos.
Marina foi ministra no governo de Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2008. Neste período, seu discurso sobre o desmatamento da Amazônia foi elogiado pela comunidade internacional, inclusive nos documentos internos do governo norte-americano. Mas ela também era vista como obstáculo em certas áreas e sua saída era vista como uma chance de se abrir novas colaborações com Brasília.
Num telegrama de 8 de setembro de 2009, um ano depois da saída de Marina do governo, a embaixada dos EUA em Brasília informa o Departamento de Estado em Washington sobre o "potencial de trabalhar de forma mais estreita com o Brasil em biotecnologia". "Biotecnologia e recursos genéticos são questões que têm dividido os ministérios brasileiros, com a Agricultura apoiando e, até recentemente, o Ministério do Meio Ambiente expressando um ceticismo e cautela."
Mas, segundo a diplomacia, "a chegada de um ministro do Meio Ambiente mais pragmático apresenta uma oportunidade para o governo dos EUA a encorajar o governo do Brasil a trabalhar de forma mais estreita com os EUA nesses assuntos-chave". O novo ministro, no caso, seria Carlos Minc. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.