Nikki Haley: "A resolução põe toda a culpa em Israel", protestou a embaixadora americana pouco antes da votação no Conselho de Seguranã da ONU (Lucas Jackson/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de junho de 2018 às 19h17.
Nações Unidas - Os Estados Unidos vetaram nesta sexta-feira no Conselho de Segurança da ONU uma resolução impulsionada pelos países árabes para condenar a resposta israelense aos recentes protestos em Gaza e pedir proteção internacional para os palestinos.
O texto proposto pelo Kuwait recebeu dez votos a favor, quatro abstenções e um único voto contra, o dos EUA, que como membro permanente do Conselho de Segurança tem direito de veto.
Reino Unido, Polônia, Holanda e Etiópia foram os países que optaram pela abstenção, enquanto outros como França, China, Suécia, Peru e Bolívia se pronunciaram a favor.
Os EUA já tinham antecipado sua intenção de bloquear a resolução, que considerava "grosseiramente parcial" por não assinalar a responsabilidade do Hamas, organização que Washington culpa pela recente escalada da violência em Gaza.
"A resolução põe toda a culpa em Israel", protestou a embaixadora americana, Nikki Haley, pouco antes da votação.
Haley propôs ao Conselho de Segurança um texto alternativo, centrado em denunciar as ações do Hamas, e advertiu que quem apoiasse a proposta árabe estaria prejudicando as perspectivas de paz no Oriente Médio.
Israel vinha qualificado há dias essa resolução como "vergonhosa".
O Kuwait, que é o representante árabe no Conselho, apresentou seu texto há duas semanas ao demais membros e, desde então, o suavizou para tentar conseguir o máximo de apoios, sobretudo na questão da proteção dos palestinos.
Enquanto a minuta inicial pedia o estabelecimento de uma força internacional, o votado finalmente se limitava a pedir ao secretário-geral da ONU, António Guterres, recomendações sobre essa possibilidade.
O texto, além disso, criticava o uso excessivo da força por parte de Israel e o lançamento de projéteis de Gaza contra áreas com civis israelenses.
Os EUA, grande aliado de Israel, defenderam nas últimas semanas a resposta israelense aos protestos na fronteira de Gaza, nas quais dezenas de palestinos morreram em ações das forças de segurança israelenses.