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EUA vetam pela 4ª vez resolução da ONU que pede cessar-fogo na Faixa de Gaza

A resolução obteve 14 votos a favor, mas não será levada adiante devido ao veto dos EUA como membro permanente

Palestinos deslocados carregam pertences enquanto caminham em frente a um prédio destruído em Deir el-Balah, na região central da Faixa de Gaza (Eyad Baba/AFP)

Palestinos deslocados carregam pertences enquanto caminham em frente a um prédio destruído em Deir el-Balah, na região central da Faixa de Gaza (Eyad Baba/AFP)

Publicado em 20 de novembro de 2024 às 12h41.

Os Estados Unidos vetaram nesta quarta-feira, 20, pela quarta vez desde o início da guerra na Faixa de Gaza, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia um cessar-fogo “imediato, incondicional e permanente” no enclave.

A resolução, apresentada pelos dez membros não permanentes do Conselho em uma rara demonstração de consenso multilateral, obteve 14 votos a favor, mas não será levada adiante devido ao veto dos EUA como membro permanente.

Plano americano

O objetivo de Israel é neutralizar o Hezbollah na fronteira e permitir o retorno ao norte do país de 60 mil habitantes deslocados pelo lançamento de foguetes do grupo islamista há mais de um ano.

Na Faixa de Gaza, a guerra eclodiu em 7 de outubro, quando milicianos islamistas no sul de Israel mataram 1.206 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Dos 251 capturados, cerca de 100 permanecem cativos no território palestino, mas 34 foram declarados mortos pelo Exército.

Em resposta, Israel lançou uma campanha que já deixou 43.259 mortos no território, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

Segundo fontes do governo citadas pela imprensa israelense, o plano elaborado pelos emissários americanos contempla a retirada do Hezbollah e do Exército israelense do sul do Líbano, que seria controlado pelas forças armadas libanesas e pelos capacetes azuis da ONU.

O Líbano seria responsável por impedir o rearmamento do Hezbollah e Israel manteria o seu direito de se defender de acordo com o direito internacional, segundo o documento.

As autoridades israelenses declararam que os seus soldados não se retirarão do sul do Líbano até que seja alcançado um acordo que satisfaça os requisitos de segurança de Israel.

Necrotério está cheio

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que "aprecia" o apoio dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que se recusa a ceder às pressões do seu aliado.

"Os exércitos terroristas não estarão mais nas nossas fronteiras. O Hamas não controlará mais Gaza e o Hezbollah não se instalará na nossa fronteira norte em posições que lhe permitam invadir" Israel, insistiu.

O novo líder do movimento libanês, Naim Qassem, afirmou que aceitaria um cessar-fogo, mas sob certas "condições", que não especificou.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está "profundamente preocupada" com os ataques israelenses aos serviços de saúde no Líbano, disse uma porta-voz da organização. Os serviços de saúde "não são um alvo", insistiu.

Além de buscar "uma solução política" no Líbano, os emissários americanos também deveriam se concentrar em "medidas para acabar com o conflito em Gaza", segundo o Departamento de Estado.

Os bombardeios noturnos mataram nove pessoas em Jabaliya, no norte, e em Nuseirat, no centro do território, informou o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

"O necrotério do hospital Al Aqsa em Deir el Balah", no centro, "está cheio de cadáveres, a maioria deles crianças e mulheres", disse o diretor de hospitais de campanha do ministério, Marwan al-Hams.

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