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EUA vende a Taiwan mais um sistema de defesa, desenvolvido pela Boeing

Estados Unidos consideram prioritário contrabalançar a influência da China na região Ásia-Pacífico e pretendem dar a Taiwan capacidade de defesa

Míssil Harpoon: foto de julho de 2020 divulgada pelo ministério da Defesa de Taiwan, mostra um navio de guerra lançando um míssil, de fabricação americana, durante exercício (AFP/AFP)

Míssil Harpoon: foto de julho de 2020 divulgada pelo ministério da Defesa de Taiwan, mostra um navio de guerra lançando um míssil, de fabricação americana, durante exercício (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 07h15.

Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 07h18.

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (26) a aprovação da venda de 100 sistemas de defesa costeira Harpoon a Taiwan por 2,4 bilhões de dólares, dias depois de a China protestar contra uma operação similar de venda de armas àquela ilha.

A transação "irá aumentar a capacidade de defesa de Taiwan", destacou o Departamento de Estado, ao anunciar a operação, apesar de a China ter decidido aprovar sanções nesta segunda-feira contra empresas americanas envolvidas em vendas anteriores de armas a Taiwan, ilha que considera parte de seu território.

A venda envolve 100 baterias de defesa costeira Harpoon (HCDS), que podem contar com até 400 mísseis RGM-84L-4, com alcance máximo de 125 km. Estes mísseis, fabricados pela divisão de defesa da Boeing, podem ser colocados em plataformas fixas ou montados em caminhões.

O gabinete do presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, divulgou um comunicado agradecendo aos Estados Unidos pela venda e afirmando que a mesma irá "aumentar a capacidade de guerra assimétrica".

Os Estados Unidos consideram prioritário contrabalançar a influência da China na região Ásia-Pacífico. Também pretendem dar a Taiwan capacidade de defesa confiável contra uma possível invasão do Exército chinês.

Washington anunciou na quarta-feira passada uma operação de venda de armas a Taiwan da ordem de 1,8 bilhão de dólares, incluindo 135 mísseis de defesa costeira Slam-ER de última geração, que diferentemente do Harpoon, tem um alcance maior do que a largura do Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China.

Pequim pediu pela primeira vez desde a semana passada a Washington que "cancele" esta venda "para evitar danificar ainda mais as relações" entre os dois países.
Ao não receber resposta de Washington, anunciou na segunda-feira sanções contra as empresas armamentistas americanas, as "pessoas e entidades que tenham tido mal comportamento" durante a venda.

As gigantes do setor, Lockheed Martin, Raytheon e o braço da defesa da Boeing, manifestaram sua preocupação a respeito.

Taiwan tem uma população de 23 milhões de pessoas e é governada há 75 anos por um regime que se refugiou neste território depois que os comunistas tomaram o poder na China continental durante a guerra civil chinesa.

A República Popular Chinesa considera o território insular uma de suas províncias e ameaça usar a força em caso de uma proclamação formal de independência ou intervenção externa, especialmente americana.

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