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Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2013 às 18h04.
Washington - Agências de inteligência dos Estados Unidos acreditam que o governo da Síria provavelmente usou armas químicas em pequena escala, informou a Casa Branca na quinta-feira, acrescentando no entanto que o presidente Barack Obama precisa de fatos "confiáveis e corroboráveis" antes de tomar providências.
A surpreendente revelação levou parlamentares a pedirem imediatamente um envolvimento mais profundo dos EUA na guerra civil da Síria.
A Casa Branca disse que a comunidade de inteligência dos EUA avaliou com "variados graus de certeza" que o agente químico sarin foi usado por forças ligadas ao presidente Bashar al Assad, mas observou que "a cadeia de custódia (dessa arma química) não está clara".
Obama já havia dito que o uso de armas químicas na Síria, caso comprovado, seria um divisor de águas, mas o governo dos EUA deixou claro que será cuidadoso na reação, ciente que está das lições aprendidas no começo da Guerra do Iraque, há dez anos.
Na época, o governo de George W. Bush usou informações imprecisas para justificar a invasão do país, alegando estar à procura de armas químicas, biológicas e nucleares que afinal não existiam.
"Dados os interesses envolvidos e o que aprendemos das nossas experiências recentes, avaliações de inteligência por si sós não são suficientes - só fatos confiáveis e corroboráveis que nos oferecerem algum grau de certeza irão guiar nossas decisões", disse Miguel Rodriguez, diretor de assuntos legislativos da Casa Branca, em carta a parlamentares.
O termo "variados graus de certeza", usado para descrever a avaliação, geralmente indica que há um debate acerca das conclusões dentro da comunidade de inteligência, segundo uma fonte de defesa.
A Casa Branca disse que a suspeita do uso de armas químicas se baseia em parte em amostras fisiológicas, mas um funcionário da Casa Branca não quis revelar quais são esses indícios - se amostras do solo, ou então sangue e/ou cabelos das vítimas.
Seja como for, o gás sarin parece ter sido usado de forma limitada, e uma fonte de inteligência observou que ninguém está "vendo baixas maciças".
Os EUA até agora relutam em serem arrastados militarmente para o conflito sírio, e se limitam a oferecer assistência não letal aos rebeldes que lutam contra o presidente Bashar al Assad, por causa do temor de que armas eventualmente enviadas acabem nas mãos de combatentes ligados à Al Qaeda.
Mas a avaliação dos serviços de inteligência sobre o uso de armas químicas parece deixar os EUA mais próximos de algum tipo de ação, militar ou não.
Uma fonte da Casa Branca disse a jornalistas que "todas as opções estão sobre a mesa em termos da nossa resposta", e acrescentou que os EUA vão consultar seus aliados.