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EUA vão decidir `até onde´ limpar o Golfo do México

Governo federal quer dividir as tarefas de limpeza das praias com os estados de Louisiana, Mississipi, Alabama e Flórida

Poço da BP que causou o vazamento de petróleo no Golfo do México (.)

Poço da BP que causou o vazamento de petróleo no Golfo do México (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Washington - O Governo dos Estados Unidos anunciou hoje estar preparando um protocolo para decidir "até onde" devem chegar os esforços de limpeza do vazamento provocado pela BP no Golfo do México, quatro meses depois da explosão na plataforma que causou o desastre.

O almirante retirado Thad Allen, encarregado da resposta dos EUA ao vazamento, disse, em entrevista coletiva em Washington, que o Governo se encontra em "negociações" com os estados de Louisiana, Mississipi, Alabama e Flórida para transferir a reação ao incidente "do nível nacional ao regional".

"Vamos criar uma lista de todos os requisitos que consideramos necessários para definir, sem eufemismos, que consideramos 'limpo' quando falamos de nossas praias", disse Allen.

O protocolo permitirá deter as tarefas de limpeza uma vez que sejam alcançados os requisitos especificados, para entrar em uma "fase de alerta" na qual as equipes só reagiriam se chegar mais petróleo à costa ou às restingas do Golfo do México.

Allen esclareceu que, ao contrário do que aconteceu na operação de vedação do poço estragado, a BP "não participará do processo", que envolverá unicamente as autoridades federais e locais, com um especial protagonismo das equipes científicas.

Depois da conclusão do protocolo, esperado para "finais de setembro", o almirante enviará "um plano de transição" à secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, e à assessora de energia para a Casa Branca, Carol Browner, que estabelecerá as condições para "passar de uma resposta nacional a uma regional".

Quatro meses depois da explosão e posterior afundamento da plataforma petrolífera Deepwater Horizon, que provocou o vazamento no dia 20 de abril, as equipes da BP conseguiram vedar o poço, mas ainda devem assegurar que a pressão não saia do controle novamente.

"Passaram quatro meses e ainda não terminamos com isto. Não podemos dizer que não continuará chegando petróleo às praias, mas que estamos em processo sólido de recuperação", assegurou Allen.


As equipes da BP continuavam hoje com uma análise da pressão ambiental no poço, após o qual darão o sinal verde a uma expedição que extrairá os restos de dutos que podem representar um perigo à estabilidade na cabeça do manancial.

Em seguida, a BP substituirá o sistema de válvulas que impede que a pressão se descontrole, antes de retomar a operação de vedação da base do poço.

Allen anunciou na quinta-feira que as equipes esperam concluir a operação, paralisada há uma semana por preocupações sobre a pressão do poço, em meados de setembro, quando poderiam executar a vedação final do poço.

Para isso, deverão terminar de perfurar, até 7 de setembro, o único metro de distância que resta para conectar um poço auxiliar com a base do depósito, para a injeção de uma mistura de lama pesado e cimento.

Em seu balanço dos avanços para controlar o vazamento, Allen destacou que o Governo coordenou "a maior resposta pública a um incidente da história dos Estados Unidos", com um envio de recursos humanos e materiais "sem precedentes".

O almirante ressaltou "a paixão, os recursos e o compromisso" dos milhares de especialistas e voluntários que se deslocaram até a região nestes meses.

"Estaríamos somando um crime a outro se não aprendêssemos alguma coisa com tudo isto", disse.

O acidente da BP no Golfo do México causou o vazamento de 4,9 milhões de barris de petróleo no oceano desde abril, mas, segundo o Governo, quase três quartos do petróleo foi eliminado por meio de diversos métodos, incluindo a evaporação, dissolução ou incêndios controlados.

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