Vacina contra covid-19: EUA vai reduzir restrições de viagem a países como China e Brasil (Stephane Mahe/Reuters)
Da redação, com agências
Publicado em 20 de setembro de 2021 às 12h15.
Última atualização em 20 de setembro de 2021 às 15h58.
Os Estados Unidos vão permitir no início de novembro a entrada de passageiros aéreos vindos de Brasil, China, Índia, Reino Unido e a maioria dos países europeus que receberam vacinas contra a covid-19, disse a Casa Branca nesta segunda-feira, 20.
O comunicado foi feito pelo coordenador da Casa Branca para a resposta ao coronavírus, Jeff Zients. Os países estavam na lista de barrados pelos EUA, com as primeiras restrições ainda no início de 2020.
Além do comprovante de vacinação, os estrangeiros precisarão apresentar teste negativo de covid-19 feito até três dias antes do embarque.
Atualmente, os EUA impedem a entrada da maioria dos estrangeiros que nos 14 dias anteriores tenham passado pelo Brasil. Também estão sendo barrados a maioria dos cidadãos de países como Reino Unido, membros da União Europeia, China, Índia, África do Sul e Irã.
O comunicado americano também não deixou claro se haverá restrição a algum tipo específico de vacina. No momento, os EUA usam as vacinas de Johnson & Johnson, Pfizer e Moderna.
Pfizer e Johnson & Johnson respondem por cerca de um terço dos vacinados brasileiros.
Outras duas vacinas usadas no Brasil, a AstraZeneca e a Coronavac (e que respondem por 70% dos vacinados brasileiros) não são aplicadas nos EUA.
Haverá algumas exceções à obrigatoriedade da vacina para entrar nos EUA, disseram as autoridades, incluindo para crianças que ainda não são elegíveis para vacinação. As novas regras também não se aplicam a viajantes que cruzam as fronteiras terrestres com o Canadá e o México.
As companhias aéreas tem feito intensa campanha junto à Casa Branca por meses pela revogação das restrições, mas não tiveram sucesso em vê-las revogadas a tempo da temporada de verão no Hemisfério Norte.
A União Europeia também havia liberado viajantes americanos durante o verão, e a falta de reciprocidade dos EUA enfureceu alguns dos líderes europeus.
A Casa Branca disse em julho que tinha preocupações com a vinda de mais casos da variante Delta do coronavírus. No entanto, apesar das restrições, o baixo uso de máscaras e a hesitação de parte dos americanos em se vacinar fizeram com que a Delta crescesse exponencialmente no país nos últimos meses.
A média móvel diária de sete dias de casos relatados de covid-19 nos EUA mais que dobrou desde julho.
No Brasil, que tem uma das menores taxas de hesitação vacinal do mundo, 68% se vacinaram com ao menos uma dose e 31% estão completamente vacinados, apesar de a vacinação brasileira ter demorado mais a começar em grande escala.
As restrições dos EUA foram inicialmente impostas a viajantes vindos da China em janeiro de 2020 pelo então presidente Donald Trump e posteriormente ampliadas para outros países nos meses seguintes, incluindo o Brasil. Não havia, até então, uma métrica clara sobre como e quando as proibições seriam revogadas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, acrescentou novas restrições de viagens em abril deste ano sobre os passageiros vindos da Índia, impedindo que a maioria dos estrangeiros entrassem nos EUA. Biden também reverteu os planos de Trump, que haviam sido anunciados em janeiro (antes de o ex-presidente deixar o cargo), de revogar as restrições contra países europeus.
(Com Reuters)