A GUERRA NO IRAQUE: manipular estatísticas de combate é uma tradição (Spencer Platt /Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2011 às 08h55.
Bagdá - Dentro do palácio construído por Saddam Hussein, generais dos EUA articularam o curso da guerra do Iraque, ao mesmo tempo em que, do lado de fora do edifício, militares perdiam suas bolas de golfe nos lagos artificiais. Desde que a 3.ª Divisão de Infantaria conquistou o complexo próximo ao aeroporto de Bagdá, há quase nove anos, o local tornou-se o maior símbolo da ocupação americana. Ontem, o controle da base foi entregue aos iraquianos.
No auge de sua atividade sob o domínio dos EUA, o local abrigou cerca de 46 mil pessoas, entre comandantes que elaboravam sua estratégia, comunicando-se com seus superiores, e combatentes que aproveitavam suas folgas para relaxar ao ar livre, fumando charutos, bebendo cervejas sem álcool ou assistindo a filmes em suas dependências internas.
Não longe do quartel-general americano, um Saddam encarcerado cuidou de seu canteiro, dentro de uma pequena construção amuralhada com vigilância constante, aguardando o julgamento que pôs fim a sua vida.
"A base não está mais sob o controle dos EUA, mas sob a total autoridade do governo do Iraque", disse o coronel Barry Johnson, porta-voz militar americano, explicando que, às 14 horas (9 horas de Brasília), nenhum soldado estrangeiro permanecia no local. A transferência da maior base americana no Iraque para o controle de Bagdá ocorreu com pouco alarde e nenhuma cerimônia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.