Presidente dos EUA: Obama abriu a sessão plenária da IV Cúpula de Segurança Nuclear, que tem como foco evitar que grupos terroristas como o Estado Islâmico possam ter acesso a materiais nucleares (Jonathan Ernst / Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2016 às 14h28.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira que tornará público o arsenal nuclear do país pela primeira vez em uma década, assim como uma "descrição detalhada" das medidas de segurança que as Forças Armadas tomam para protegê-lo.
Obama abriu com este anúncio, em Washington, a sessão plenária da IV Cúpula de Segurança Nuclear, que tem como foco evitar que grupos terroristas como o Estado Islâmico possam ter acesso a materiais nucleares.
O presidente americano comemorou o fato de o risco de terrorismo nuclear ter diminuído "de maneira mensurável", mas advertiu que esta ameaça "persiste" e que "a melhor maneira de prevení-la é garantir a segurança do material nuclear".
Diante de representantes de mais de 50 países, Obama anunciou que 102 nações já ratificaram a Convenção para a Proteção Física do Material Nuclear, adotada em 1979 em Viena (Áustria).
"Trabalhando unidas, nossas nações tornaram mais difícil que o material nuclear caísse nas mãos dos terroristas", afirmou o presidente americano.
Obama declarou que "nenhum grupo terrorista conseguiu ter armas nucleares ou uma bomba suja", mas lembrou que a Al Qaeda procura há muito tempo material nuclear e que o Estado Islâmico (EI) usou armas químicas.
"Não há dúvida de que, se estes homens loucos (do Estado Islâmico) tivesem acesso a uma bomba ou material nuclear, a usariam para matar o máximo de pessoas inocentes possível", alertou.
Se as armas nucleares caíssem em mãos de grupos terroristas como o EI, isso seria, segundo Obama, uma "catástrofe humanitária" que "mudaria nosso mundo" e teria "ramificações globais durante décadas".
O presidente americano ressaltou que o principal desafio enfrentado pela comunidade internacional em matéria nuclear é o risco de que um grupo terrorista obtenha armas desse tipo, o que seria "uma grande ameaça para a segurança global".
"Este é o perfeito exemplo de desafio do século XXI que nenhuma nação pode resolver sozinha, que deve ser resolvido em coalizão", apontou.
A Cúpula de Segurança Nuclear, que começou ontem com um jantar na Casa Branca e termina hoje, é a quarta desde que Obama lançou esta iniciativa, em 2010, e acontece a cada dois anos.
O encontro em Washington tem a participação de líderes de mais de 50 países, com a notável ausência da Rússia, nação com o maior arsenal nuclear do mundo.
Matéria atualizada às 14h28