A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland: "É algo perigoso, e se soma as nossas preocupações sobre a Al Shabab e o perigo que ela representa" (Massoud Hossaini/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 20h20.
Washington - O governo dos Estados Unidos expressou nesta sexta-feira sua preocupação com o anúncio do líder da rede terrorista Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, de que a milícia radical islâmica somali Al Shabab se incorporou à organização.
'É algo perigoso, e se soma as nossas preocupações sobre a Al Shabab e o perigo que ela representa' na região onde atua, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, em sua entrevista coletiva diária.
A funcionária ressaltou que Washington 'não pôde verificar independentemente' as informações da imprensa sobre a união de ambos os grupos, mas está 'analisando as consequências' que o fato poderá ter.
Zawahiri anunciou nesta quinta-feira a aliança com a Al Shabab, que controla boa parte do centro e do sul da Somália e luta contra as tropas do governo de coalizão do país e da Missão da União Africana para instaurar um estado muçulmano.
Num vídeo divulgado na internet, o líder da Al Qaeda explicou que a união tem como fim 'apoiar o bloco jihadista que luta contra a campanha sionista e cruzada em Cabul, Bagdá e Mogadíscio'.
'Hoje anuncio uma boa notícia para nossa nação islâmica, que dará alegria aos crentes e prejudicará os cruzados, esta notícia é a adesão do movimento dos 'mujahedin' Al Shabab à organização Al Qaeda', disse Al-Zawahiri.
O dirigente terrorista reconheceu o papel da milícia em enfrentar 'o ataque dos Estados Unidos, Etiópia e Quênia contra o islã na Somália' e pediu que o grupo sequestre cristãos e judeus para trocá-los por presos islamitas.
Por sua parte, o líder da Al Shabab, Ahmed Godane, jurou lealdade a Zawahiri e à lei islâmica.