Coreia do Norte: em comunicado oficial, país alega que EUA devem se sentar no banco dos réus de tribunal internacional por conta do caso Brown (Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 26 de novembro de 2014 às 17h22.
São Paulo - O caso Brown, no qual um jovem negro foi morto por um policial branco, e os protestos que varreram a cidade de Ferguson, onde ocorreu o crime, transformaram os Estados Unidos em motivo de chacota do mundo, disse o governo da Coreia do Norte em nota oficial.
O país, que tem um dos regimes ditatoriais mais severos do mundo, aproveitou a repercussão das manifestações violentas que se alastraram por Ferguson para criticar a atuação dos policiais americanos e a forma como a investigação sobre a morte do jovem Brown foi conduzida.
De acordo o comunicado, o caso “trouxe à tona a performance dos americanos em direitos humanos e ressaltou a necessidade urgente de o país se sentar no banco dos réus em um tribunal.”
“Todos os anos, os Estados Unidos publicam uma análise sobre a performance de outros países em direitos humanos como se fosse um juiz internacional”, continuou o comunicado, “mas agora sofreram em desgraça”, pontuou.
A nota malcriada dos norte-coreanos vem à tona dias depois de o país ter sido alvo de sérias acusações por parte Organização das Nações Unidas (ONU).
A entidade acusa o regime ditatorial norte-coreano de crimes contra a humanidade há décadas e agora estuda levar os dirigentes do país ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
Na linha da Coreia do Norte, outros países que também estão sempre envolvidos em algum desentendimento com os EUA aproveitaram para manifestar suas impressões sobre os desdobramentos da morte de Michael Brown.
Para a China, por exemplo, o episódio em Ferguson mostra que os EUA devem se concentrar em resolver seus próprios problemas, antes de apontar o dedo para os outros.
Rússia e Irã também condenaram as ações das autoridades americanas no caso e reiteraram que o melhor para os americanos é cuidar de suas próprias vidas.