Centro de Tratamento do ebola montado pelo Exército americano na Libéria (Zoom Dosso/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2015 às 21h46.
Washington - O presidente americano, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira que os esforços militares para conter o ebola dariam lugar a uma unidade liderada por civis para "extinguir" o vírus, ao anunciar que mandará de volta para casa as tropas enviadas ao oeste da África.
"Nós estamos mudando nosso foco da luta contra a epidemia para agora extingui-la", afirmou Obama, cercado da equipe encarregada do ebola.
Obama disse que a força militar que envolveu quase 2.800 militares não chegaria a 100 no final de abril.
As tropas, das quais a maioria está na Libéria, construiu unidades de tratamento contra o ebola, treinou trabalhadores de saúde, deu suporte logístico para agências de ajuda e criou laboratórios para examinar amostras de sangue.
"Nos aceitamos o desafio", afirmou Obama.
Para o coordenador das Nações Unidas na luta contra o vírus mortal, David Nabarro, o plano de retirada das tropas americanas do oeste da África não deixaria um buraco no combate à doença, mas há muito trabalho a fazer para se chegar a um registro zero de casos.
"Esta partida não deixará um buraco", disse Nabarro à AFP na sede da ONU.
Ele reforçou que dez mil civis americanos trabalham em Nigéria, Guiné e Serra Leoa no combate à epidemia, que deixou mais de 9.000 mortos nos três países desde que começou, em dezembro de 2013.
Durante os sete dias que se seguiram a 1º de fevereiro, 124 novos casos foram confirmados nos três países do oeste africano, uma significante redução comparada aos número de pico.
Mas com os números semanais dos novos casos de ebola registrados nesses três países crescendo na última semana de janeiro - marcando o primeiro aumento em 2015 - Obama foi cuidadoso ao não declarar "missão cumprida".
"Eu quero ser muito claro aqui, enquanto as tropas americanas não voltarem para casa o trabalho não estará terminado. Nossa missão não está completa", declarou o presidente.
A Libéria, afirmou, "viu o melhor progresso, Serra Leoa está indo na direção certa, a Guiné tem o maior caminho pela frente".
"Nosso foco agora é chegar a zero", acrescentou.
"Enquanto houver pelo menos um caso de ebola ativo, o risco ainda existe. Cada caso é uma brasa que se não for contida pode começar um novo incêndio", concluiu.