Exército dos Estados Unidos: "não queremos que haja barreiras que nos impeçam de recrutar os mais qualificados", disse secretário de Defesa (Mario Tama/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2016 às 17h57.
Washington - O exército dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira que retirou a proibição de recrutamento de transgêneros, com o argumento de que as Forças Armadas devem poder dispor dos soldados mais qualificados, independentemente da orientação sexual.
Em entrevista coletiva no Pentágono, o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, anunciou a retirada da restrição, com a justificativa de que já há transexuais no exército hoje em dia - embora não assumidamente - e que a profissão militar deve ser aberta a todos os americanos.
"O Departamento de Defesa e o exército necessitam dispor das melhores pessoas. Não queremos que haja barreiras que nos impeçam de recrutar os mais qualificados", apontou Carter, que calculou que 2,5 mil transexuais sirvam nas Forças Armadas atualmente.
"A realidade é que temos transexuais servindo de farda hoje em dia. Os americanos querem servir e a profissão das armas deve estar aberta a todos", acrescentou o chefe do Pentágono. A nova medida entra em vigor "com efeito imediato", por isso que a partir de hoje os transexuais podem servir abertamente.
Carter garantiu que no caso dos transexuais serão aplicados os mesmos padrões e procedimentos do restante dos integrantes do exército, e que agora se abre uma fase de 90 dias para a elaboração de guias para os diferentes estamentos militares, desde os oficiais até os médicos.
A partir do dia 1º de outubro, e com os guias já encerrados, os integrantes do exército que se identificarem como transexuais e que assim desejarem terão direito a serem submetidos a cirurgias de mudança de sexo pagas pelo Departamento de Defesa, o que terá um custo adicional "mínimo", segundo os cálculos do Pentágono.
"É o correto e outro passo para garantir que recrutamos e mantemos as pessoas mais qualificadas. Nosso exército, nossa defesa e nosso país serão mais fortes", concluiu Carter.