Mundo

EUA rejeitam criticar Exército egípcio por ação contra Mursi

Questionada sobre se o Exército egípcios tinha legitimidade, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Jen Psaki disse: "Nós não estamos tomando partido nisso"


	Minutos antes do anúncio da saída do presidente egípcio do poder, o Departamento de Estado dos EUA criticou Mursi e não deu nenhum sinal público de que se opunha à ação do Exército
 (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)

Minutos antes do anúncio da saída do presidente egípcio do poder, o Departamento de Estado dos EUA criticou Mursi e não deu nenhum sinal público de que se opunha à ação do Exército (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2013 às 19h43.

Washington - Os Estados Unidos se recusaram a criticar os militares do Egito, que anunciaram a derrubada do presidente egípcio, Mohamed Mursi, nesta quarta-feira.

Minutos antes de o comandante do Exército do Egito anunciar que Mursi, o primeiro presidente democraticamente eleito do país, havia sido deposto e que a Constituição foi suspensa, o Departamento de Estado dos EUA criticou Mursi e não deu nenhum sinal público de que se opunha à ação do Exército.

Questionada sobre se o Exército egípcio tinha legitimidade para remover Mursi do poder, a porta-voz do Departamento de Estado Jen Psaki disse: "Nós não estamos tomando partido nisso." A resposta silenciosa dos EUA --pelo menos até agora-- para os dramáticos acontecimentos no Cairo sugeriu que Washington poderia estar disposto a aceitar a ação militar como forma de acabar com a crise política que paralisou o Egito, um aliado de longa data dos EUA.

Ainda assim, a atitude distante em relação a Mursi, que foi alvo de críticas dos EUA nos últimos dias, poderia abrir reclamações ao presidente Barack Obama de que ele não apoiou a democracia no mundo árabe.

Não houve reação imediata da Casa Branca ou do Departamento de Estado para o anúncio militar, que foi a instalação de um governo tecnocrata para, eventualmente, ser seguido por novas eleições.

Mas o fato de os militares egípcios anunciarem planos para as eleições e uma revisão constitucional, e esses planos terem sido imediatamente apoiados pelos principais clérigos muçulmanos e cristãos do país, poderia ajudar o roteiro de transição a ganhar o apoio de Washington.

Mais cedo, Psaki deixou claro que as autoridades norte-americanas ficaram decepcionadas com o discurso de Mursi na terça-feira à noite. Nesse discurso, Mursi disse que iria defender a legitimidade de seu cargo eletivo com sua vida.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoEstados Unidos (EUA)Países ricosProtestosProtestos no mundo

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal