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EUA reconhecem existência de aparelhos de espionagem em Washington

O uso de dispositivos, conhecidos como Stingrays, preocupa o governo há tempos, mas agências de inteligência ficaram em silêncio sobre eles até então

EUA: os dispositivos funcionam como se fossem uma torre falsa de celular (Win McNamee/Getty Images)

EUA: os dispositivos funcionam como se fossem uma torre falsa de celular (Win McNamee/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2018 às 14h59.

Washington - Pela primeira vez, o governo dos Estados Unidos reconheceu publicamente a existência de aparelhos que espiões e criminosos usam para rastrear celulares e interceptar telefones e mensagens.

O uso desses dispositivos, conhecidos como Stingrays, preocupa o governo há tempos, mas agências de inteligência tinham se mantido em silêncio sobre eles até então.

O Departamento de Segurança Interna disse no fim do mês em carta endereçada ao senador Ron Wyden que identificou o uso desses dispositivos em Washington no ano passado, sem identificar quem poderia estar usando-os nem como os detectou.

A Comissão Federal de Comunicações (FCC) formou um comitê para estudar esses dispositivos quatro anos atrás, mas nunca chegou a uma conclusão.

Os dispositivos funcionam como se fossem uma torre falsa de celular, fazendo com que os telefones se conectem diretamente a eles, revelando sua localização. Versões mais modernas conseguem até ouvir ligações, forçando os celulares a adotar tecnologias não encriptadas 2G ou com o uso de vírus.

Os Stingrays podem ser comprados por um preço que varia de US$ 1 mil a US$ 200 mil. Têm o tamanho de uma pasta e podem ser colocados perto de prédios do governo ou até em aeronaves de pequeno porte.

Membros do Exército e de agências como a NSA, a CIA e o FBI geralmente estão preparados para lidar com esse tipo de aparelhos, mas pessoas normais podem ser alvo dessa vigilância.

Uma fonte do Departamento de Segurança Interna disse que atividade anômala de Stingrays têm sido relatada em Washington desde janeiro de 2017.

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