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EUA receberam indicações sobre crise na Rússia dias antes de rebelião do Grupo

Fontes de inteligência ouvidas pelo The New York Times afirmam que assunto é discutido desde quarta-feira entre a alta cúpula do governo

Vladimir Putin, presidente da Rússia (AFP/AFP)

Vladimir Putin, presidente da Rússia (AFP/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 25 de junho de 2023 às 09h14.

Última atualização em 25 de junho de 2023 às 09h17.

Autoridades de segurança nacional dos Estados Unidos receberam indicações de que Yevgeny Prigojin, líder do Grupo Wagner, estava se preparando para tomar uma ação militar contra autoridades militares russas desde quarta-feira, disseram autoridades informadas sobre o assunto.

As informações sugerem que os EUA tiveram pelo menos um aviso de caos iminente na Rússia, assim como tiveram no final de 2021 de que Vladimir Putin planejava invadir a Ucrânia. Nesse caso, a informação foi considerada ao mesmo tempo sólida e alarmante pela possibilidade de um grande rival nuclear dos Estados Unidos cair no caos.

Embora não esteja claro exatamente quando os EUA souberam da conspiração, oficiais de inteligência realizaram briefings na quarta-feira com o governo e autoridades de Defesa. Na quinta-feira, quando a confirmação adicional da conspiração chegou, funcionários da inteligência informaram um grupo restrito de líderes do Congresso, de acordo com funcionários familiarizados com os briefings que falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizados a falar publicamente.

Na noite de sexta-feira, Prigojin havia intensificado dramaticamente sua rixa, lançando uma marcha a Moscou que o governo russo descreveu como uma tentativa de golpe. No sábado, ele chamou seus combatentes e concordou em fugir para a Bielorrússia.

Tensões foram acompanhadas durante meses

Durante meses, funcionários da inteligência acompanharam as crescentes tensões entre Prigojin e os líderes do Ministério da Defesa da Rússia, incluindo Serguei Shoigu, o ministro da Defesa.

Relatórios de inteligência divulgados como parte dos vazamentos do Discord mostraram que os Estados Unidos interceptaram comunicações entre altos líderes militares russos debatendo como lidar com as constantes demandas de Prigojin por mais munição.

A maioria dessas tensões ocorreu em público, já que o líder do grupo militar mercenário usou entrevistas e postagens no Telegram para repreender Shoigu e o general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior das forças armadas russas, chamando-os de incompetentes e cobrando que eles enganaram Putin sobre o progresso da guerra com a Ucrânia.

Mas foi apenas nos últimos dias que as autoridades de inteligência receberam os alertas iniciais de que Prigojin poderia agir.

Funcionários disseram que as agências de inteligência não sabiam quais seriam os resultados da ação militar de Prigojin, mas ficaram imediatamente preocupados sobre como isso poderia afetar o controle do arsenal de armas nucleares da Rússia. O presidente americano, Joe Biden, falou sobre os perigos que Putin representaria se se sentisse encurralado e disse que os EUA estava procurando "rampas de saída" para ele, em um discurso em outubro do ano passado.

A CNN informou anteriormente que os EUA informaram líderes do Congresso sobre suas preocupações de que Prigojin estava se preparando para desafiar a liderança militar da Rússia.

Desde que Prigojin entrou em ação na sexta-feira, as autoridades americanas estão trancadas, dizendo pouco publicamente sobre suas intenções ou o que sabiam sobre os eventos no local.

As autoridades têm sido cautelosas, tanto porque os eventos estão acontecendo rapidamente quanto porque não querem dar a Putin qualquer desculpa para culpar o Ocidente pelas ações do mercenário.

Mas várias autoridades disseram que esperavam que Putin acabasse dizendo que o levante foi resultado de uma conspiração estrangeira.

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