ONU: o FPNU refutou a afirmação "errônea" dos EUA de que o organismo tem um papel nos abortos forçados na China (Spencer Platt/Getty Images)
AFP
Publicado em 4 de abril de 2017 às 10h14.
O governo dos Estados Unidos planeja deixar de financiar o Fundo de População das Nações Unidas (FPNU) devido às práticas coercitivas de planejamento familiar, que incluem o recurso forçado ao aborto na China, segundo fontes oficiais.
Segundo um comunicado do Departamento de Estado divulgado na segunda-feira, o presidente Donald Trump instruiu neste sentido o secretário de Estado, Rex Tillerson.
O secretário poderá "tomar todas as ações necessárias (...) para garantir que os contribuintes americanos não financiem organizações ou programas que apoiem ou participem em planos de aborto coercitivo ou esterilização involuntária", indicou a nota.
Os fundos em questão, que correspondem a 32,5 milhões de dólares no exercício fiscal de 2017, serão atribuídos a outros programas de saúde mundiais.
A decisão foi "baseada no fato de que as políticas de planejamento familiar da China ainda incluem o uso de aborto coercitivo e de esterilização involuntária, e o FPNU se associa em atividades de planejamento familiar com a agência do governo chinês responsável por estas políticas coercitivas".
A organização, que fornece serviços de saúde reprodutiva e controle natal em mais de 150 países e territórios, emitiu um comunicado no qual lamentou a decisão de Washington "de negar qualquer futuro financiamento ao trabalho para salvar vidas no mundo".
O FPNU também refutou a afirmação "errônea" dos Estados Unidos de que o organismo tem um papel nos abortos forçados e esterilizações na China.
Em 2015, o FPNU recebeu 979 milhões de dólares em fundos, segundo seu site.