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EUA: Promotoria pede pena de morte para atirador de sinagoga em Pittsburgh

Robert Bowers, americano de 46 anos, vai ser indiciado por 29 crimes, incluindo obstrução do livre exercício das crenças religiosas

Promotoria federal dos EUA pedirá pena de morte para Robert Bowers, americano de 46 anos preso após o ataque que deixou 11 mortos em uma sinagoga de Pittsburgh (John Altdorfer/Reuters)

Promotoria federal dos EUA pedirá pena de morte para Robert Bowers, americano de 46 anos preso após o ataque que deixou 11 mortos em uma sinagoga de Pittsburgh (John Altdorfer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de outubro de 2018 às 08h51.

Pittsburgh - A promotoria federal dos Estados Unidos pedirá pena de morte para Robert Bowers, americano de 46 anos preso após o ataque que deixou 11 mortos em uma sinagoga de Pittsburgh, na Pensilvânia, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Ele vai ser indiciado por 29 crimes, incluindo obstrução do livre exercício das crenças religiosas - crime de ódio nos EUA - e uso de arma de fogo para cometer assassinatos.

Bowers será levado perante um juiz nesta segunda-feira, 29. Neste domingo, 28, as autoridades confirmaram que ele fez uma série de declarações antissemitas antes de iniciar o ataque na sinagoga e mesmo depois de ser preso. "Durante seu ataque contra as pessoas na sinagoga, Bowers citou o genocídio e seu desejo de matar os judeus", afirmou Scott Brady, promotor do distrito oeste da Pensilvânia. Segundo testemunhas ouvidas no sábado, o homem gritou: "Todos os judeus devem morrer".

"Ele estava armado com várias armas de fogo, incluindo três revólveres e um fuzil semiautomático AR-15", completou o promotor.

Brady também explicou que o caso será tratado como um crime de ódio, não um ato de terrorismo doméstico. "Não há indícios de que mais alguém estivesse colaborando com ele, razão pela qual será tratado como um crime de ódio, mas seguimos investigando", declarou promotor.

Bowers também responderá a acusações criminais estaduais, incluindo 11 acusações de homicídio, 6 de ataque agravado e 13 de intimidação étnica.

Ferido durante a troca de tiros com policiais, ele foi operado e estava hospitalizado em condição estável.

Identificação

As 11 pessoas mortas no sábado pelo atirador foram identificadas e suas famílias notificadas, disseram no domingo as autoridades.

"Após um trabalho difícil dos legistas, as 11 vítimas foram identificadas", afirmou Robert Jones, agente do FBI que comanda a investigação. Ele afirmou que o ataque à sinagoga foi "a cena de crime mais horrível" que já viu nos 22 anos em que trabalha para a polícia federal americana.

As pessoas mortas, com entre 54 e 97 anos, são três mulheres e oito homens, todas desta cidade industrial do oeste da Pensilvânia ou de seus arredores.

As vítimas são um casal, Sylvan e Bernice Simon, de 86 e 84 anos, dois irmãos, Cecil e David Rosenthal, de 59 e 54 anos, Joyce Fienberg, de 75 anos, Richard Gottfried, de 65 anos, Rose Mallinger, de 97 anos, Jerry Rabinowitz, de 66 anos, Daniel Stein, de 71 anos, Melvin Wax, de 88 anos, e Irving Younger, de 69 anos. As autoridades estimam que necessitarão de ao menos uma semana para examinar e limpar a cena do crime.

Controle de armas

O prefeito de Pittsburgh, Bill Peduto, disse que o sábado foi o dia "mais sombrio da história da cidade", mas pediu à população que se una para que suas vidas sigam em frente. "Sabemos que o ódio nunca vencerá, que aqueles que tentam nos dividir por causa da maneira pela qual oramos, ou de onde nossas famílias são, vão perder."

O democrata também relançou o controvertido debate sobre as armas de fogo em um país onde massacres como esse se tornaram frequentes. "Ouvi o presidente dizer que devemos armar os guardas em nossas sinagogas", declarou. "Nossa abordagem deveria ser: como retirar armas de fogo das mãos dos que querem expressar seu ódio racista com assassinatos."

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