Joe Biden, presidente dos Estados Unidos (Eros Hoagland/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 24 de abril de 2024 às 15h28.
Última atualização em 24 de abril de 2024 às 15h30.
"É um investimento na nossa própria segurança", declarou o presidente americano, Joe Biden, nesta quarta-feira, 24, depois de assinar um vasto plano de ajuda à Ucrânia, para a qual prometeu enviar material militar "nas próximas horas".
A lei, que prevê US$ 61 bilhões (cerca de R$ 320 bilhões, na cotação atual) em ajuda militar e econômica a Kiev, "fortalecerá a segurança dos Estados Unidos e a segurança do mundo", afirmou o presidente americano, que reconhece que o processo legislativo tem sido "difícil".
"Não nos curvamos a ninguém. E certamente não ao (presidente russo) Vladimir Putin", disse o democrata de 81 anos.
"Não abandonamos os nossos aliados, nós os apoiamos. Não deixamos os tiranos vencerem, nos opomos a eles. Não ficamos parados vendo o mundo mudar, nós o moldamos", continuou ele, elogiando o consenso político alcançado entre democratas e alguns republicanos, após meses de difíceis negociações sobre o texto.
"Isso é o que significa ser uma superpotência mundial", acrescentou Joe Biden, que há meses exigia esses fundos.
O projeto recebeu apoio do Senado na terça-feira, dias depois de ser aprovado pela Câmara de Representantes.
Nas redes sociais, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, expressou a sua gratidão ao Senado "por aprovar uma ajuda vital à Ucrânia".
O Kremlin minimizou a ajuda. Essas armas "não mudarão a dinâmica no front", declarou o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, nesta quarta-feira.
A ajuda militar dos EUA, interrompida durante várias semanas, será retomada "nas próximas horas" com as primeiras entregas de material de defesa aérea, artilharia e veículos blindados a Kiev, que sofre com a escassez de novos recrutas e munições.
Isso aliviará parcialmente o Exército ucraniano, que está sob forte pressão das tropas russas no leste do país.
Os Estados Unidos são o principal apoio militar de Kiev, mas o Congresso não aprovava um grande pacote para o seu aliado há quase um ano e meio, principalmente devido a disputas entre democratas e republicanos e entre conservadores radicais e moderados.
O plano de ajuda também autoriza o presidente Biden a confiscar e vender ativos russos para financiar a reconstrução da Ucrânia. Uma ideia que vem ganhando adeptos entre os demais países do G7.
Uma grande parte da quantia também será usada para reabastecer os estoques do Exército americano.
Os Estados Unidos esperam que este pacote encoraje os outros aliados da Ucrânia a seguirem o exemplo. Por enquanto, os chefes de governo britânico e alemão prometeram apoio militar "inabalável" à Ucrânia nesta quarta-feira.
No terreno, a Rússia sofreu ataques de drones na região de Smolensk, no oeste da Rússia, a cerca de 400 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, e um pouco mais ao sul, na zona econômica especial da cidade de Lipetsk, na região com o mesmo nome, segundo informações das autoridades locais.
Nos últimos meses, o Exército ucraniano intensificou os ataques de drones no território russo, especialmente contra instalações energéticas.
No Catar, Rússia e Ucrânia chegaram a um acordo para a troca de 48 crianças deslocadas pela guerra, no final de uma reunião entre autoridades de Moscou e Kiev, informou nesta quarta-feira a comissária russa para a Infância, Maria Lvova-Belova.
No total, "29 crianças retornarão à Ucrânia e 19 à Rússia", disse aos jornalistas Lvova-Belova, que enfrenta um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), acusada de deportar milhares de crianças ucranianas para a Rússia.
Kiev estima que pelo menos 20 mil menores ucranianos foram deportados das áreas ocupadas para a Rússia em dois anos, mas o total pode ser muito maior, já que este número inclui apenas crianças identificadas oficialmente.
Quase 400 delas foram repatriadas pelas autoridades ucranianas.