Coronavírus nos EUA: país é o mais afetado do mundo pela covid-19 (Brian Snyder/Reuters)
AFP
Publicado em 21 de maio de 2020 às 20h47.
Última atualização em 22 de maio de 2020 às 13h48.
Mais de 35.000 vidas teriam sido salvas nos Estados Unidos se as medidas de distanciamento social tivessem começado uma semana antes da data em que iniciaram, em meados de março, de acordo com uma nova estimativa de pesquisadores da Universidade de Columbia.
Eles disseram que diferentes modelos de simulações mostraram que 61% dos casos de infecção nos EUA até 3 de maio - mais de 700.000 - e 55% das mais de 65.000 mortes registradas poderiam ter sido evitados se o distanciamento social e outras medidas de proteção tivessem sido tomadas uma semana antes.
Segundo os pesquisadores, as simulações ilustram o perigo de relaxar as medidas de restrição muito cedo, como muitos especialistas observaram. Todos os 50 estados dos EUA começaram a reabrir com o incentivo do presidente Donald Trump, para tentar reativar economias devastadas pelo fechamento de negócios e demissões.
"Os esforços para aumentar ainda mais a conscientização do público sobre o alto potencial de transmissibilidade e aumento explosivo de casos de COVID-19 ainda são necessários neste momento crítico", escreveram os pesquisadores.
"Nossos resultados também indicam que, sem testagem ampla o suficiente e rastreamento de contatos, o longo período entre a infecção e a confirmação do caso pode mascarar um rebote e o crescimento exponencial de COVID-19 até que o vírus esteja bem controlado", disseram.
Dez dias atrás, o documentarista de Nova York Eugene Jarecki montou um outdoor na Times Square com o que ele chama de "Relógio da Morte de Trump". O cartaz informa o número de mortes que, segundo Jarecki, poderiam ter sido evitadas se Trump tivesse incentivado medidas de distanciamento social em 9 de março e não em 16 de março.
Seus números são mais altos que os dos pesquisadores de Columbia, porque Jarecki argumenta que 60% das mortes nos EUA poderiam ter sido evitadas agindo uma semana antes.
Os Estados Unidos são o país mais atingido pela pandemia, com mais de 1,5 milhão de casos e mais de 93.000 mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins.