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EUA podem suspender conversas com Rússia sobre Síria

Autoridades dos Estados Unidos estudam uma reação mais dura à decisão da Rússia de ignorar o processo de paz e buscar a vitória militar


	Kerry e Lavrov: "Este é um daqueles momentos em que teremos que buscar outras alternativas"
 (Kevin Lamarque/Reuters)

Kerry e Lavrov: "Este é um daqueles momentos em que teremos que buscar outras alternativas" (Kevin Lamarque/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2016 às 16h18.

Washington / Beirute - Os Estados Unidos estão perto de suspender conversas com a Rússia para tentar implementar um acordo de cessar-fogo para terminar com a violência na Síria, disse nesta quinta-feira o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, enquanto a Rússia prometeu que irá levar adiante sua ofensiva na cidade de Aleppo.

"Estamos prestes a suspender a discussão porque é irracional, no contexto dos tipos de bombardeios ocorrendo, estar sentado lá tentando levar as coisas a sério", disse Kerry durante audiência em Washington. "Este é um daqueles momentos em que teremos que buscar outras alternativas", acrescentou.

Autoridades dos Estados Unidos estudam uma reação mais dura à decisão da Rússia de ignorar o processo de paz e buscar a vitória militar em nome do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Moscou e Damasco lançaram um ataque para recapturar o setor da cidade de Aleppo dominado por rebeldes neste mês, abandonando um cessar-fogo uma semana depois de sua adoção para embarcar no que pode ser a maior batalha de uma guerra de quase seis anos.

Combatentes rebeldes iniciaram seu próprio avanço no interior perto da cidade central de Hama, onde disseram ter obtido vitórias nesta quinta-feira.

Os EUA e a União Europeia acusam a Rússia de minar a diplomacia para tentar uma conquista militar em Aleppo, e dizem que Moscou e Damasco são culpados de crimes de guerra por alvejar civis, hospitais e agentes humanitários para dobrar a vontade das 250 mil pessoas vivendo sob estado de sítio dentro da maior cidade da Síria.

A chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, classificou os ataques aéreos em Aleppo de "massacre" e disse que os governos europeus estão ponderando uma resposta. A Rússia e o governo sírio dizem que só visam militantes.

O vice-secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse aos parlamentares de seu país que o presidente norte-americano, Barack Obama, pediu à sua equipe para analisar como Washington pode reagir.

"O presidente pediu que todas as agências ofereçam opções, algumas familiares, algumas novas, que estamos analisando muito ativamente", disse Blinken.

"Quando formos capazes de trabalhar nelas nos dias à frente teremos a oportunidade de voltar a falar sobre elas em detalhes".

Já Kerry, que negociou pessoalmente a trégua fracassada em conversas com a Rússia, apesar do ceticismo de outras autoridades de alto escalão dos EUA, disse que Washington pode desistir da diplomacia a menos que a luta seja detida.

Ele pediu uma interrupção nos voos, medida rejeitada por Moscou. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que sua nação irá "continuar a operação de sua Força Aérea em apoio à atividade antiterrorista das Forças Armadas da Síria".

Peskov disse que Washington é culpada pelos combates por ser incapaz de cumprir a obrigação de separar combatentes rebeldes "moderados" daqueles que chamou de terroristas.

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