James Mattis: "cada uma das capitais precisa mostrar o seu apoio à nossa defesa comum", afirmou (Yuri Gripas/Reuters)
AFP
Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 15h02.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, advertiu nesta quarta-feira seus aliados da Otan que o seu país pode "moderar seu compromisso" com a Aliança Atlântica se seus aliados não aumentarem os gastos militares.
"Se suas nações não quiserem ver a América moderar o seu compromisso com esta aliança, cada uma das capitais precisa mostrar o seu apoio à nossa defesa comum", afirmou Mattis aos seus colegas na primeira reunião de ministros da Defesa da Otan após a chegada de Donald Trump à Casa Branca.
O aumento dos gastos militares é uma exigência antiga dos Estados Unidos, embora a "ênfase" com Trump tenha mudado em relação ao seu antecessor, Barack Obama, segundo reconheceu na terça-feira uma fonte diplomática.
Antes de sua chegada à Casa Branca, o atual presidente americano alertou que pensaria duas vezes antes de ajudar seus aliados, se os mesmos não aumentassem seus gastos com defesa.
"O contribuinte americano não pode mais suportar uma participação desproporcional na defesa dos valores ocidentais", ressaltou o chefe do Pentágono, que disse a seus colegas que "os americanos não podem se preocupar com a segurança futura dos seus filhos mais do que vocês".
A nível nacional, apenas cinco dos 28 países da Otan - Estados Unidos, Reino Unido, Grécia, Estônia e Polônia - cumprem a meta de 2% do PIB em gastos militares.
Alguns países, como a França (1,78% em 2016), Alemanha (1,19%) e Espanha (0,91%), exigem flexibilidade, tendo em conta o impacto nas contas públicas de operações realizadas pela suas forças armadas no exterior.
Durante a reunião, Mattis pediu a seus parceiros na Aliança Atlântica "prazos" sobre suas contribuições.
"Todos [os ministros] chegaram a um acordo sobre a necessidade de aumentar os gastos militares", disse uma fonte diplomática.