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EUA podem vacinar a população já no mês que vem, diz órgão oficial

A CDC, agência de saúde americana, disse aos estados que se preparem para uma vacinação em massa até mesmo no fim de outubro

Donald Trump: um desejo do presidente é ter a vacina contra o coronavírus antes da eleição de 3 de novembro (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: um desejo do presidente é ter a vacina contra o coronavírus antes da eleição de 3 de novembro (Kevin Lamarque/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 2 de setembro de 2020 às 17h42.

Última atualização em 2 de setembro de 2020 às 18h10.

O governo dos Estados Unidos pode tentar vacinar parte da população contra a covid-19 ainda em outubro. A data foi ventilada em documentos da CDC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano, vinculado à Secretaria de Saúde e que atua na linha de frente do controle da pandemia.

Segundo reportou a imprensa americana, a CDC enviou aos estados uma ordem para que preparem locais e equipamentos para uma vacinação em massa já no fim de outubro ou no começo de novembro.

Se confirmada, a data pode ser antes das eleições presidenciais americanas, em 3 de novembro. Na convenção do Partido Republicano no mês passado e em outras entrevistas, o presidente Donald Trump já havia dito que desejava começar a vacinar a população antes do pleito.

Os documentos aos estados foram enviados na semana de 27 de agosto, a mesma da convenção republicana, segundo o jornal The New York Times.

Trump busca a reeleição contra o democrata Joe Biden que, por enquanto, lidera nas pesquisas. Estatísticos afirmam que uma vacina antes da eleição poderia influenciar nas chances de vitória de Trump.

Atualmente, algumas das vacinas mais promissoras contra o coronavírus estão ainda na terceira e última fase de testes, com testagem em milhares de humanos — como a da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca e do laboratório chinês Sinovac, ambas sendo testadas no Brasil

As previsões de especialistas para o melhor dos cenários apontam para uma potencial aprovação de uma das vacinas no fim de outubro ou em novembro. Contudo, para levar a cabo uma vacinação em massa já a partir do fim de outubro, o processo de aprovação das vacinas precisaria acontecer em tempo recorde.

O objetivo dos EUA seria vacinar primeiro profissionais essenciais, como trabalhadores da saúde e da segurança, segundo os documentos da CDC. Essa primeira etapa que pode acontecer nas próximas semanas teria cerca de 3 milhões de doses de duas potenciais vacinas descritas pelo governo.

Segundo especialistas ouvidos pelo The New York Times, as instruções são similares às características das vacinas da americana Moderna e da também americana Pfizer, em parceria com a alemã BioNTech. As duas vacinas usam tecnologia do RNA mensageiro e tiveram doses compradas por antecipação pelo governo americano.

Os documentos trazem instruções logísticas, como temperatura e materiais necessários, para que uma possível vacinação aconteça.

Em outro documento, uma carta aos estados, Robert Redfield, diretor da CDC, disse que as autoridades poderiam ter de deixar de fazer algumas exigências à vacina de modo a acelerar o processo de vacinação. Redfield afirma, ainda na carta, que essa velocidade não comprometeria a integridade da vacina.

No mês passado, o governo da Rússia foi criticado por aprovar uma vacina nacional sem que ela terminasse os testes exigidos pela Organização Mundial da Saúde. O governo russo disse que já está começando a produzir em massa a imunização e que vai vacinar milhões de pessoas mesmo antes dos testes completos.

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