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EUA planejam implantar escudo antimísseis antes de 2021

''A preocupação da segurança dos EUA se concentra, sobretudo, nos planos do Irã e Coreia do Norte'', afirmou a assessora do Pentágono

A primeira etapa do projeto consistirá na colocação de radares na Turquia e de navios com sistemas antimísseis no Mediterrâneo (Wikimedia Commons)

A primeira etapa do projeto consistirá na colocação de radares na Turquia e de navios com sistemas antimísseis no Mediterrâneo (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2012 às 13h38.

Moscou - Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira que planejam implantar seu escudo antimísseis antes de 2021 e detalhou que alguns elementos estratégicos estarão posicionados na Turquia, Romênia, Polônia e no Mediterrâneo, entre outros lugares.

''A preocupação da segurança dos EUA se concentra, sobretudo, nos planos do Irã e Coreia do Norte. Os dois países seguem trabalhando para a fabricação de mísseis intercontinentais diretamente ou às escondidas'', afirmou Madeleine Kridon, assessora do Pentágono americano.

Durante a conferência internacional sobre defesas antimísseis realizada nesta quinta em Moscou, Madeleine mostrou preocupação quanto aos planos de fabricação de armas nucleares nesses países e explicou que o desdobramento do escudo ocorrerá em quatro fases. A primeira consistirá na colocação de radares na Turquia e de navios com sistemas antimísseis no Mediterrâneo.

Na segunda etapa, Washington instalará foguetes interceptores na Romênia, nas margens do Mar Negro, e na terceira será feita a ampliação do campo de ação para a defesa lateral contra mísseis balísticos na Polônia. ''A quarta fase, já em 2020, consistirá na acomodação de foguetes interceptores, um elemento de dissuasão dos mísseis iranianos'', informou Madeleine.

A diplomata destacou que o objetivo do sistema antimísseis é proteger às forças norte-americanas na região e também os países aliados das ameaças externas. ''Para cumprir com esse fim, os Estados Unidos implementarão os antimísseis em três regiões cruciais: Europa, o Oriente Médio e a região da Ásia-Pacífica'', disse.


Em relação ao projeto, a Rússia exige garantias jurídicas de que o sistema não apontará para seu território e Madeleine negou qualquer iniciativa com esse objetivo. ''Para nós é muito importante conservar a estabilidade estratégica entre Estados Unidos e Rússia'', disse.

O Kremlin propõe aos EUA a criação de um sistema antimísseis conjunto Rússia-OTAN, no qual cada uma das partes se encarregaria da segurança de um setor do continente, mas a proposta já foi rejeitada por vários países aliados. Sem o acordo, a Rússia exige garantias jurídicas por escrito de que o escudo não apontará contra território russo.

A subsecretária de Estado para o Controle de Armas e Segurança Internacional, Ellen Tauscher, assegurou que está disposta a dar garantias políticas de que o escudo não é uma ameaça para a Rússia, e descartou avanços em 2012, por ser um ano eleitoral nos dois países.

Dimitri Medvedev advertiu nos últimos meses que se em 2020 não houver acordo, o mundo viverá uma nova corrida armamentista, semelhante a protagonizada por Moscou e Washington durante a Guerra Fria. 

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