Violência no Líbano: ''Os membros da embaixada americana serão submetidos a estritas limitações de circulação'' (AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2012 às 20h09.
Beirute - A embaixada dos Estados Unidos em Beirute solicitou nesta sexta-feira a seus cidadãos no Líbano para redobrarem a atenção em relação à segurança, após o aumento das ameaças no país, incluindo a possibilidade de sequestros e ataques terroristas.
''A embaixada dos EUA recebeu informações relativas a um aumento de ameaças contra seus cidadãos no Líbano'', afirmou em comunicado a delegação diplomática, após a onda de sequestros de sírios efetuada por um poderoso clã xiita libanês em represália ao rapto de um de seus membros em Damasco.
Na nota, os EUA alertam para o aumento da violência e das disputas entre famílias e vizinhos no Líbano, que podem levar a ''sequestros e inclusive ataques terroristas'' contra os cidadãos americanos.
''Os membros da embaixada americana serão submetidos a estritas limitações de circulação e os cidadãos americanos deverão tomar medidas de precaução suplementares'', acrescentou o texto.
A embaixada americana anunciou também a suspensão dos programas de ensino e de cursos de idiomas no Líbano, o que limitará os projetos de pesquisa e reduzirá as bolsas de estudos para os alunos da Universidade Americana de Beirute (AUB, sigla em inglês).
Esta advertência chega depois que cinco países do Golfo Pérsico - Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Bahrein e Kuwait - pediram, nesta semana, que seus cidadãos saíssem imediatamente do Líbano.
Sobre a instabilidade no Líbano, o líder da oposição do país, Saad Hariri, disse hoje que o país enfrenta ''um risco de desintegração do papel do Estado onde predomina a lógica da anarquia''.
Em sua opinião, os sequestros por vingança servem somente para ''aumentar a tensão e favorecer a discórdia''.
Por isso, pediu o ''fim dos fatores de divisão, para salvar o país da derrocada e voltar a fazer com que os libaneses confiem no Estado''.
O Líbano está muito dividido por causa do conflito sírio, já que uma parte apoia os revolucionários enquanto a outra - liderada pelo grupo xiita Hezbollah - apoia o regime de Bashar al Assad.