Petróleo: EUA pedem que todos os governos reforcem a vigilância diante das tentativas de Pyongyang de adquirir produtos de forma ilícita (Mike Stone/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de julho de 2018 às 15h54.
Nações Unidas - Os Estados Unidos pediram à ONU que ordene a todos os países que paralisem imediatamente as vendas de produtos petrolíferos refinados à Coreia do Norte, por considerar que Pyongyang superou o limite de exportações permitidas sob as sanções internacionais em vigor.
A solicitação aparece em carta enviada ao comitê das Nações Unidas encarregado de monitorar essas punições, à qual a Agência Efe teve acesso nesta quinta-feira.
A carta, com data de 11 de julho, vai acompanhada de um relatório elaborado pelos EUA que, segundo Washington, demonstra que a Coreia do Norte violou as sanções ao obter de forma ilícita produtos petrolíferos com transferências entre navios.
Os EUA pedem ao comitê de sanções da ONU que ordene "a paralisação imediata de todas as transferências de produtos petroleiros refinados" à Coreia do Norte.
Além disso, lhe solicita que faça um pedido a todos os governos para reforçar a vigilância diante das tentativas de Pyongyang de adquirir esses produtos de forma ilícita.
O relatório elaborado pelos EUA inclui fotografias que mostram petroleiros norte-coreanos supostamente transferindo cargas, uma prática que, segundo Washington, está ocorrendo "em uma escala muito maior" do que se tinha informado.
As autoridades americanas dizem ter indícios que entre 1º de janeiro e 30 de maio, navios norte-coreanos entraram pelo menos 89 vezes em portos do país para "provavelmente" fornecer produtos petroleiros procedentes de transferências ilícitas no mar.
Segundo os EUA, mesmo se esses petroleiros levassem apenas um terço da sua carga normal, a Coreia do Norte já teria superado a cota de 500.000 barris anuais imposta nas sanções da ONU.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nos últimos anos várias rodadas de grandes castigos econômicos e diplomáticos ao país asiático, em resposta a seus testes nucleares e de mísseis.
Apesar da recente aproximação entre EUA e Coreia do Norte, Washington seguiu insistindo na ONU na necessidade de manter a pressão sobre o regime de Kim Jong-un através de sanções.
Neste ano os EUA já tinham pedido sanções para várias embarcações que, em seu julgamento, facilitaram o contrabando de petróleo e carvão por via marítima, em violação das medidas internacionais.