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EUA 'não se afastará' do Oriente Médio, garante Biden

Na sexta-feira, o presidemye dos Estados Unidos ele se reuniu com o rei Salman, da Arábia Saudita, e com o governante saudita "de fato", o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman

Biden: "não vamos nos afastar, nem deixaremos um vácuo para que seja preenchido por China, Rússia, ou Irã" (Agence France-Presse/AFP Photo)

Biden: "não vamos nos afastar, nem deixaremos um vácuo para que seja preenchido por China, Rússia, ou Irã" (Agence France-Presse/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 16 de julho de 2022 às 10h07.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse aos líderes árabes neste sábado (16) que Washington permanecerá totalmente comprometido com o Oriente Médio e não cederá sua influência para outras potências mundiais. 

"Não vamos nos afastar, nem deixaremos um vácuo para que seja preenchido por China, Rússia, ou Irã", afirmou Biden, durante uma cúpula em Jidá, na costa do Mar Vermelho, na Arábia Saudita.

Última parada da viagem de Biden ao Oriente Médio, a cúpula reúne os seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo, assim como Egito, Jordânia e Iraque.

Biden pretendia aproveitá-la para falar da volatilidade dos preços do petróleo e expor sua visão sobre o papel de Washington na região.

Na sexta-feira (16), ele se reuniu com o rei Salman, da Arábia Saudita, e com o governante saudita "de fato", o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. As agências de Inteligência americanas afirmam que ele "aprovou" a operação de 2018 que matou o jornalista Jamal Khashoggi.

O príncipe herdeiro sempre negou qualquer envolvimento na morte de Khashoggi, assassinado no consulado do reino em Istambul. Seus restos mortais nunca foram encontrados.

Em suas declarações neste sábado, Biden disse aos líderes árabes ali reunidos que "o futuro será conquistado por países que liberarem todo potencial de suas populações (...), onde os cidadãos possam questionar e criticar os líderes sem medo de represálias".

A invasão russa da Ucrânia revelou uma divergência anteriormente impensável entre Washington e seus principais aliados do Oriente Médio - Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos -, gigantes do petróleo cada vez mais independentes no cenário internacional.

- Convite -

Também neste sábado, Biden convidou seu colega dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed bin Zayed Al-Nahyan, para visitar os EUA, em um gesto de reaproximação após meses de tensões pela guerra na Ucrânia e outras questões.

"Ambos entendemos que os desafios que enfrentamos hoje apenas tornam muito mais importante que passemos mais tempo juntos. Quero convidá-lo formalmente para os Estados Unidos, ao Salão Oval, antes do final do ano", disse Biden em uma reunião bilateral em Jidá, na Arábia Saudita.

Há anos governante "de fato" dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed assumiu o cargo, formalmente, em maio, após a morte de seu meio-irmão, xeque Khalifa.

Este rico estado do Golfo abriga tropas americanas e é um parceiro estratégico de Washington há décadas, mas seus laços econômicos e políticos com a Rússia são cada vez maiores.

O embaixador dos Emirados nos Estados Unidos, Yousef al-Otaiba, admitiu em março que as relações com Washington estavam passando por um "teste de estresse".

Esta declaração foi dada depois que os Emirados se abstiveram em uma votação do Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução pela retirada russa da Ucrânia.

O conselheiro político do xeque Mohammed, Anwar Gargash, disse a jornalistas na sexta-feira que os laços entre os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos têm "questões a serem resolvidas". 

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