Coreia do Sul: a operação começará segunda e durará até 31 de agosto e envolverá 17,5 mil militares americanos (Chung Sung-Jun/Getty Images)
EFE
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 18h44.
Washington - Os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira que não cancelarão os exercícios militares entre as tropas do país e as da Coreia do Sul, previstos para começar na próxima segunda-feira, apesar da insinuação da Coreia do Norte de que esse fator seria levado em conta para decidir se retomará as ameaças contra o território americano de Guam.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, decidiu suspender os planos de atacar a Ilha de Guam com o objetivo de "desativar a tensão" com os EUA.
E afirmou que quer "observar um pouco mais" as ações americanas antes de concretizar a ameaça, informou hoje a agência estatal "KCNA".
As palavras atribuídas a Kim parecem se referir aos exercícios militares entre EUA e Coreia do Sul, considerados pelo regime de Pyongyang como uma provocação.
Perguntada hoje sobre o assunto, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, afirmou que os planos de iniciar o exercício na próxima segunda-feira estão mantidos.
"Temos o direito de fazê-los com nossos aliados da Coreia do Sul e vamos continuar com isso. Não vai mudar", destacou.
"Não há equivalência possível entre o que a Coreia do Norte está fazendo, com seus testes nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais, e a atividade legal mantida pelos EUA e a Coreia do Sul", defendeu a porta-voz.
O tenente-coronel Christopher Logan, porta-voz do Pentágono, também confirmou à Agência Efe que o exercício está mantido.
"Esses exercícios são regulares e anuais, sendo a culminação de muitos meses de planejamento", afirmou Logan.
A operação durará até 31 de agosto e envolverá 17,5 mil militares americanos, incluindo cerca de 3 mil homens que chegam de fora da península coreana. O objetivo da ação, segundo Logan, é "melhorar a capacidade dos EUA de defender a Coreia do Sul".
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, afirmou hoje que o governo de Donald Trump segue interessado em encontrar a uma forma de diálogo, mas que isso depende de Kim.
A porta-voz do Departamento de Estado afirmou que a Coreia do Norte tem que dar "passos sérios" se quiser dialogar com os EUA, algo que não vai ocorrer de "forma imediata".
"Recuar da ameaça de atacar Guam não é o suficiente para obter um diálogo com Washington. Pyongyang tem que fazer muito mais para chegar a esse ponto", disse Nauert.