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EUA mantêm campanha secreta de bombardeios no Iêmen, diz New York Times

Segundo o jornal, o objetivo dos ataques são alvos vinculados à Al Qaeda

Recentemente o presidente Ali Abdullah Saleh foi vítima de um bombardeio no país (Getty Images)

Recentemente o presidente Ali Abdullah Saleh foi vítima de um bombardeio no país (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2011 às 06h39.

Washington - Os Estados Unidos mantêm uma "guerra encoberta" no Iêmen contra alvos vinculados à rede terrorista Al Qaeda, atacando-os com aviões não tripulados (drones), aproveitando o vazio de poder no país, informa nesta quarta-feira o jornal "The New York Times".

A campanha secreta americana se nutre dos enfrentamentos que feriram e afastaram do país o presidente Ali Abdullah Saleh, internado em um hospital na Arábia Saudita, segundo o jornal, que cita fontes do Governo americano.

Diante da escalada de violência relacionada aos protestos populares, as tropas iemenitas que lutavam contra militantes da Al Qaeda no sul do país voltaram à capital, Sana, indica o "New York Times".

Nesse cenário, o Governo americano "vê os ataques aéreos como uma das poucas opções que lhe restam para evitar que os militantes consolidem seu poder", acrescenta o diário.

A campanha é liderada pelo Comando Especial de Operações Conjuntas do Pentágono e coordenada com a Agência Central de Inteligência (CIA), de um posto de controle em Sana que recebe as informações de inteligência sobre os alvos.

A CIA considera que o braço da Al Qaeda na Península Arábica apresenta o maior risco imediato para os Estados Unidos, mais ainda que as ações que possam tomar os líderes da organização terrorista, supostamente escondidos no Paquistão.

Na sexta-feira da semana passada, os caças-bombardeiros americanos mataram o espião da Al Qaeda Abu Ali al-Harithi e a outros suspeitos de fazer parte da organização, em um ataque no sul do país que matou também quatro civis, indica o periódico.

Semanas antes, aviões não tripulados lançaram um ataque frustrado contra o clérigo radical Anwar al-Awlaki, um dos homens mais procurados pelos Estados Unidos.

Os bombardeios representariam o fim de uma trégua de quase um ano de duração nos ataques aéreos americanos no Iêmen, paralisados diante das denúncias de que algumas das missões tinham errado em seus alvos e provocado mortes de civis.

Segundo um alto funcionário do Pentágono citado pelo "New York Times", a perseguição a alvos da Al Qaeda se complicou pelo fato de que seus militantes se misturaram com outros rebeldes e com aqueles que protestam contra o Governo.

Isso dificulta a tarefa dos Estados Unidos, que por enquanto mantêm uma posição tímida no conflito entre o Governo e os manifestantes e indicou que o país deve promover uma "transição ordenada" de poder, mas não questionou a legitimidade de Saleh.

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