Mundo

EUA listam 18 acusados de abuso a direitos humanos na Rússia

A divulgação da lista estava prevista em lei aprovada no ano passado, e incluídos devem sofrer restrições para concessão de visto e congelamento de bens nos EUA


	Rússia: um parlamentar americano afirmou que a lista é "tímida" e tem "omissões significativas", enquanto um parlamentar russo disse achar que o presidente Barack Obama fez o mínimo possível determinado pela lei de modo a não agravar as relações com Moscou.
 (Richard Heathcote/Getty Images)

Rússia: um parlamentar americano afirmou que a lista é "tímida" e tem "omissões significativas", enquanto um parlamentar russo disse achar que o presidente Barack Obama fez o mínimo possível determinado pela lei de modo a não agravar as relações com Moscou. (Richard Heathcote/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2013 às 23h41.

Washington - O governo Obama apontou nesta sexta-feira 18 pessoas como suspeitas de cometerem abusos contra os direitos humanos na Rússia, disse o Departamento do Tesouro dos EUA, num movimento que pode causar mais atritos entre Moscou e Washington.

A divulgação da lista estava prevista em uma lei norte-americana aprovada no ano passado, e os incluídos devem sofrer restrições na concessão de vistos e congelamentos de bens nos EUA.

A lista inclui 16 pessoas diretamente envolvidas com o caso de Sergei Magnitsky, que morreu na prisão em 2009, disse um alto funcionário do Departamento de Estado sob condição de anonimato.

Um parlamentar americano afirmou que a lista é "tímida" e tem "omissões significativas", enquanto um parlamentar russo disse achar que o presidente Barack Obama fez o mínimo possível determinado pela lei de modo a não agravar as relações com Moscou.

Há na lista pessoas que trabalharam no ministério russo do Interior, e outros que trabalharam em tribunais, promotorias ou órgãos tributários.

O governo russo diz que Magnitsky morreu de insuficiência cardíaca, aos 37 anos, mas o conselho de direitos humanos do próprio Kremlin levantou suspeitas de que ele teria sido espancado até a morte.

Magnitsky foi preso sob acusação de fraude fiscal pouco depois de levantar acusações similares contra funcionários do governo russo em 2008.

O Congresso dos EUA aprovou a chamada Lei Magnitsky em dezembro, como parte de uma legislação mais abrangente destinada a ampliar o comércio com a Rússia. A lei exigia que o governo apresentasse até sábado uma lista inicial de pessoas ligadas a esse caso ou a outras "flagrantes violações de direitos humanos internacionalmente reconhecidos" na Rússia.


A publicação da lista pode complicar as relações entre EUA e Rússia, já abaladas pelo que críticos dizem ser uma onda de repressão contra dissidentes na Rússia, e por discordâncias a respeito de questões de segurança, como a guerra civil na Síria, aliado russo.

"A aparição de quaisquer listas sem dúvida terá um efeito muito negativo sobre as relações russo-americanas", disse Dmitry Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin.

A lista sai três dias antes de o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Tom Donilon, chegar a Moscou para discussões que, segundo a Rússia, incluirão os planos de defesa antimísseis dos EUA.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDireitosEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosRússia

Mais de Mundo

'É engraçado que Biden não perdoou a si mesmo', diz Trump

Mais de 300 migrantes são detidos em 1º dia de operações sob mandato de Trump

Migrantes optam por pedir refúgio ao México após medidas drásticas de Trump

Guerra ou acordo comercial? Gestos de Trump indicam espaço para negociar com China, diz especialista