Bandeiras da Espanha em Madri: embaixador americano garantiu que seu país respeita a privacidade dos espanhóis (Angel Navarrete/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2013 às 13h37.
Madri - O embaixador dos Estados Unidos, James Costos, expressou nesta sexta-feira ao ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, que lamenta as tensões que as supostas espionagens ao país ibérico possam ter causado nas relações bilaterais e garantiu que seu país respeita a privacidade dos espanhóis.
O Ministério das Relações Exteriores espanhol informou em um comunicado sobre a reunião entre Costos e García-Margallo que o interesse de ambos os governos é "garantir a segurança e a luta contra o terrorismo, assim como o respeito à privacidade dos cidadãos e o respeito à legalidade".
Eles também acertaram que os contatos entre os serviços de inteligência dos dois países tiveram desde que foram reveladas as informações sobe a suposta espionagem "sejam o caminho para resolver as questões que ficaram abertas."
O embaixador dos Estados Unidos, segundo a nota, considerou legítimas as preocupações dos espanhóis diante das informações sobre as escutas que o país teria feito à Espanha.
Costos afirmou ao ministro que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "dividiu instruções para realizar uma revisão detalhada das ações das agências de inteligência".
O ministro americano garantiu, além disso, que essas ações "são realizadas o tempo todo sob o critério de segurança e luta contra o terrorismo, no marco da colaboração entre as comunidades de inteligência" que no caso da Espanha é o Centro Nacional de Inteligência (CNI).
"Respeitamos, portanto, a privacidade dos cidadãos espanhóis e o devido marco legal. Em nenhum caso estas ações têm objetivos comerciais", disse o Ministério das Relações Exteriores.
Além disso, Costos informou a García-Margallo que Obama "ordenou a desclassificação de vários documentos da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) e dispôs, também, a revisão em profundidade das capacidades das agências e sua utilização em países aliados e amigos".
James Costos e José Manuel García-Margallo acertaram que o interesse de ambos os governos "é garantir a segurança e a luta contra o terrorismo, assim como o respeito à privacidade dos cidadãos e o respeito à legalidade".
"As decisões tomadas pelo presidente Obama, as relações entre nossos serviços de inteligência e as medidas que em nível europeu podemos realizar contribuem para este objetivo e reforçam a confiança que deve existir entre parceiros aliados", acrescentou o Ministério na nota.
O governo espanhol transmitiu então ao americano sua "séria preocupação" sobre a suposta espionagem, por causa das informações do ex-analista da NSA Edward Snowden.
O Ministério das Relações Exteriores espanhol convocou o embaixador americano no último dia 28 para pedir explicações e, desde então, García-Margallo esperava esclarecimentos.
Além disso, o diretor-geral do Centro Nacional de Inteligência (CNI), Félix Sanz Roldán, compareceu nesta semana a um comitê do Congresso para explicar a relação de sua agência com a americana.
Sanz Roldán defendeu a legalidade de todas as ações em território espanhol do centro que dirige. Ele assegurou que a parceria com a NSA se limitou a proporcionar informação sobre o acordo entre ambas as agências de inteligência: terrorismo, crime organizado, ciberespionagem e imigração ilegal.