Detentos: problema aparentemente surgiu quando atualização de programa de computação usado para decretar ordens de prisão marcou automaticamente opção de enviar cartas aos acusados (Wilson Dias/Reprodução)
EFE
Publicado em 27 de julho de 2018 às 17h22.
Denver - Centenas de criminosos, alguns presos por delitos graves, fugitivos e pessoas que enfrentam acusações no estado americano do Colorado receberam por erro cartas com informações judiciais confidenciais sobre seus casos, incluindo ordens de detenção e lista de testemunhas.
A Administração da Corte Estadual do Colorado estima que, ao todo, foram enviadas cartas com essas informações a 1.500 acusados de crimes devido a um erro do sistema de computadores.
O promotor George Brauchler, do 18º Distrito Judicial, afirmou que, embora o problema já tenha sido consertado, as consequências foram muito graves. E citou como exemplo o caso de dois homens acusados de abuso sexual de menores que fugiram do país ao receber as informações enviadas por erro.
Outro caso envolveu policiais e xerifes locais. Quando chegaram na casa de um fugitivo para prendê-lo, o homem já os esperava porque havia sido avisado pela carta de que seria preso.
Investigações posteriores determinaram que em quase 100 casos desse distrito, no sudeste de Denver, os acusados ou foragidos já sabiam que um juiz havia decretado suas prisões.
Os piores casos, porém, são aqueles que envolvem o envio de nomes e endereços de vítimas, testemunhas e denunciantes.
"Vai ser incrivelmente improvável fazer justiça nesses casos particulares", destacou o promotor.
O problema aparentemente surgiu quando uma atualização do programa de computação usado pelos juízes para decretar ordens de prisão marcou automaticamente a opção de enviar cartas aos acusados com informações sobre seus casos. Os magistrados podem desmarcar essa opção, mas muitos não perceberam o erro.
Segundo a Administração da Corte Estadual do Colorado, o programa que causou o problema já foi modificado e as opções de envio de informação já não são automaticamente preenchidas.
As autoridades implementaram um plano conjunto em nível estadual para proteger vítimas, denunciantes e testemunhas.