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EUA impuseram à Bolívia 'relação desigual e desrespeitosa'

Segundo Morales, aos Estados Unidos nunca interessou o desenvolvimento do país


	O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou, neste sábado, que os Estados Unidos impuseram a seu país, por 50 anos, "uma relação desigual"
 (Peter Macdiarmid/Getty Images)

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou, neste sábado, que os Estados Unidos impuseram a seu país, por 50 anos, "uma relação desigual" (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2012 às 17h41.

La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou, neste sábado, que os Estados Unidos impuseram a seu país, por 50 anos, "uma relação desigual, desrespeitosa, abusiva e dominante", com a perspectiva de "converter a Bolívia numa peça política em nível internacional".

A declaração do presidente boliviano segue-se a desta sexta-feira, quando ele afirmou que, "antes, era todo-poderoso aquele que tinha boas relações com a embaixada americana. Agora, com o perdão da expressão, ter relações com a embaixada americana é uma caca (sic)."

O subsecretário de Assuntos Públicos do Departamento de Estado, Mike Hammer, manifestou, em Washington, que "declarações como essa não são construtivas".

"Por mais de 50 anos, os Estados Unidos conseguiram impor uma relação desigual, desrespeitosa, ao nosso país, abusiva, dominante, hegemônica", protestou Morales, durante uma cerimônia de formatura de 600 médicos na cidade de Santa Cruz.

Segundo Morales, aos Estados Unidos nunca interessou o desenvolvimento do país, e os programas de cooperação tiveram o objetivo de "criar uma dependência permanente, e, desta forma, evitar o desenvolvimento do país".

"Tampouco lhes interessou que a Bolívia derrotasse o narcotráfico, porque, quanto mais drogas, maior a ingerência da DEA e das NAS, e, portanto, maior o domínio ideológico e político sobre as Forças Armadas e a Polícia."


"Por isso, aos EUA nunca interessou que a Bolívia fosse um país democrático, justo e participativo, ao contrário, sua tarefa foi a de nos dividir e nos fazer enfrentar uns e outros", acrescentou Morales.

Nesta linha, o presidente boliviano denunciou que, desde que assumiu seu primeiro mandato, em 2006, "os Estados Unidos conspiram contra o processo de mudança a cada dia, hora, semana e mês".

Morales é um grande crítico dos Estados Unidos, cujo embaixador expulsou em 2008, sob a acusação de conspirar contra seu governo. Washington tomou uma atitude recíproca logo depois. Mais tarde, La Paz expulsou os agentes americanos da agência antidrogas (DEA, sigla em inglês).

Bolívia e Estados Unidos comprometeram-se a substituir os embaixadores quando assinaram um acordo-marco para a retomada das relações, em novembro passado, e a cooperação contra as drogas. O documento foi firmado após negociações conturbadas, mas ainda não foi aplicado, devido a desavenças, principalmente a decisão de Washington de classificar a Bolívia como um país que não coopera com a luta contra as drogas.

A Bolívia é o terceiro maior produtor de coca, matéria-prima da cocaína, depois de Peru e Colômbia.

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