Foi a primeira vez em que Washington sancionou esse setor que, segundo um funcionário do governo, é a maior fonte de receitas externas para o programa nuclear do Irã, depois das vendas de petróleo (Jonathan Ferrey/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2013 às 20h05.
Washington - Os Estados Unidos incluíram nesta sexta-feira oito empresas petroquímicas iranianas em sua lista de entidades submetidas a sanções, mandando um recado a clientes globais da República Islâmica num momento em que Washington se empenha em sufocar financeiramente o programa nuclear de Teerã.
As empresas petroquímicas atingidas pertencem ao governo ou são por ele controladas. A lista inclui a Bandar Imam Petrochemical, a Bou Ali Sina Petrochemical e a Mobin Petrochemical.
Essa foi a primeira vez que os EUA impuseram sanções ao setor petroquímico, o qual, segundo uma fonte oficial norte-americana, representa a segunda maior fonte de divisas estrangeiras para o programa nuclear iraniano, perdendo apenas para a venda de petróleo.
"As empresas devem suspender imediatamente suas compras de produtos petroquímicos iranianos", disse a fonte sob anonimato em telefonema a jornalistas.
Esse funcionário disse que os EUA nos últimos meses vêm realizando uma "forte campanha diplomática" junto a governos e empresas de outros países para deixar claro que havia possibilidade de sanções às compras de produtos petroquímicos iranianos.
Em uma ação paralela, o Departamento de Estado norte-americano impôs sanções à empresa Niksima Food and Beverage JLT, fábrica de "frozen yogurt" dos Emirados Árabes, por ter "sabidamente se envolvido" em uma transação para a compra de produtos petroquímicos do Irã.
O departamento também puniu a empresa iraniana Jam, dedicada à fabricação e venda de produtos petroquímicos. As sanções na prática afastam essas empresas do sistema financeiro dos Estados Unidos.
A Niksima não respondeu de imediato a um pedido para comentar o assunto.
Potências ocidentais acreditam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares, algo que Teerã nega, insistindo no caráter pacífico do seu programa atômico.
Atualizada às 20h05
Sanções impostas pelos EUA e a União Europeia já reduziram pela metade as exportações iranianas de petróleo no ano passado, privando o governo de bilhões de dólares em arrecadação, pressionando a já elevada taxa de inflação e derrubando a cotação da moeda local, o rial.
No entanto, há poucos sinais de que as sanções tenham levado a uma desaceleração do programa nuclear iraniano.