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EUA impõe tarifas de 100% aos carros elétricos chineses

Medidas buscam combater práticas comerciais desleais e afetam setores estratégicos como baterias e painéis solares.

Carros elétricos: novas tarifas dos EUA atingem o setor de semicondutores ( Tang Dehong / Costfoto/Future Publishing /Getty Images)

Carros elétricos: novas tarifas dos EUA atingem o setor de semicondutores ( Tang Dehong / Costfoto/Future Publishing /Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 13 de setembro de 2024 às 15h27.

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Os Estados Unidos apresentaram nesta sexta-feira, 13, uma lista detalhada de novas tarifas sobre a importação de produtos chineses de setores "estratégicos", como semicondutores e até mesmo carros elétricos, que serão taxados em 100%.

As novas tarifas, que incluem uma taxa de 25% para baterias de carros elétricos e de 50% para painéis solares e semicondutores, entrarão em vigor em 27 de setembro. No caso dos semicondutores, a tarifa será de 50% a partir de 1º de janeiro de 2025.

As novas medidas "visam combater as políticas e práticas prejudiciais da República Popular da China, que afetam negativamente os trabalhadores e as empresas americanas", declarou em um comunicado a representante de Comércio, Katherine Tai.

Os aumentos haviam sido anunciados em 14 de maio pelo presidente Joe Biden. Nesta sexta-feira, um documento de cerca de 100 páginas detalha os produtos que serão afetados, os percentuais impostos e as datas de entrada em vigor das medidas.

As tarifas devem afetar cerca de 18 bilhões de dólares (R$ 101,7 bilhões na cotação atual) em importações anuais da China em setores considerados "estratégicos". As taxas de Trump haviam alcançado produtos no valor de cerca de 300 bilhões de dólares (R$ 1,7 trilhão na cotação atual).

"Essas ações destacam o compromisso da administração Biden-Harris de defender os trabalhadores e as empresas americanas contra as práticas comerciais desleais" da China, afirmou Tai, em meio ao avanço da campanha eleitoral nos Estados Unidos.

Eleições nos EUA

Trata-se de um tema político, a menos de dois meses das eleições presidenciais, cujo resultado promete ser muito apertado.

As novas tarifas seguem as implementadas por Donald Trump durante seu governo (2017-2021) e foram mantidas por Joe Biden.

Na terça-feira, durante o primeiro debate televisionado entre Kamala Harris e Trump, a atual vice-presidente criticou seu rival por ter "lançado guerras econômicas" contra China e União Europeia.

O ex-presidente republicano respondeu que o governo democrata "nunca removeu as tarifas (que ele implementou) porque representam tanto dinheiro que não podem" ser removidas.

Se for eleito em novembro, Trump pretende aumentar ainda mais as taxas.

Harris, apesar do aumento das tarifas que seu governo detalhou nesta sexta-feira, denunciou que as medidas de Trump constituem um "imposto ao consumo" que afetará os americanos.

'Trapaça'

A China "trapaceia" e "não deixaremos que inunde nosso mercado", prometeu Joe Biden em maio, ao anunciar a nova rodada de tarifas.

O presidente também afirmou que os Estados Unidos não permitirão "nunca" que a China controle o mercado de veículos elétricos, no qual as montadoras americanas consideram “impossível” competir "honestamente" contra o gigante asiático.

As medidas anunciadas nesta sexta-feira também visam excluir da isenção de impostos aduaneiros alguns produtos que chegam ao país no varejo, essencialmente devido ao crescimento de vendedores como Shein e Temu, que comercializam mercadorias a preços baixos diretamente da China.

A decisão pode ter consequências sobre a maioria das importações de têxteis e roupas provenientes do gigante asiático.

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