Televisão mostra o ex-agente da NSA Edward Snowden durante um boletim de notícias no aeroporto Sheremetyevo, em Moscou (Tatyana Makeyeva/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2013 às 17h51.
Moscou/Washington - Os Estados Unidos fizeram uma promessa formal à Rússia de não torturar nem executar Edward Snowden se ele for deportado para responder judicialmente por ter revelado programas secretos de espionagem do governo norte-americano.
Snowden, de 30 anos, ex-prestador de serviços da inteligência norte-americana, está retido há mais de um mês na ala de trânsito do aeroporto internacional de Moscou, enquanto a Rússia estuda a concessão de asilo temporário a ele.
Em carta datada de terça-feira, mas revelada nesta sexta-feira, o secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, escreveu que pretendia esclarecer qual será o destino de Snowden caso ele seja devolvido ao seu país.
"O senhor Snowden apresentou documentação solicitando asilo temporário na Rússia sob a alegação de que, se for devolvido aos Estados Unidos, ele seria torturado e enfrentaria a pena de morte. Essas alegações são inteiramente sem mérito", escreveu Holder.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o Departamento Federal de Segurança da Rússia e o órgão equivalente dos Estados Unidos, o FBI, estão discutindo a situação de Snowden, cuja permanência no aeroporto Sheremetyevo causa mais um incômodo nas relações russo-americanas.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse ter uma "forte determinação" de não permitir que o caso afete as relações bilaterais. Peskov disse que Putin, ex-agente de inteligência da Rússia, não lida pessoalmente com o assunto.
Mas ele reiterou a posição russa de que "não entregou, não entrega e não entregará ninguém".
Putin declarou anteriormente que Snowden só conseguirá refúgio na Rússia se parar de cometer ações nocivas aos EUA.