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EUA, França e Grã-Bretanha fecham embaixadas no Iêmen

Milícia xiita assumiu o controle de Sanaa em setembro, antes de tomar o palácio presidencial e edifícios do governo, provocando a renúncia do presidente

Mililicanos em frente à embaixada dos Estados Unidos no Iêmen, em Sanaa: Departamento de Estado anunciou que os funcionários diplomáticos foram "levados para fora do país" (Mohammed Huwais/AFP)

Mililicanos em frente à embaixada dos Estados Unidos no Iêmen, em Sanaa: Departamento de Estado anunciou que os funcionários diplomáticos foram "levados para fora do país" (Mohammed Huwais/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2015 às 09h30.

Sanaa - Estados Unidos, Reino Unido e França anunciaram o fechamento de suas embaixadas em Sanaa e começaram a retirar os funcionários diplomáticos, em consequência da crise no Iêmen, onde uma poderosa milícia xiita tenta consolidar seu poder.

O governo americano foi o primeiro a anunciar a medida, na terça-feira à noite.

O Departamento de Estado anunciou que os funcionários diplomáticos foram "levados para fora do país".

O fechamento da embaixada poderia complicar a luta dos Estados Unidos contra a rede extremista sunita Al-Qaeda, muito ativa no país.

O Departamento de Estado recomendou aos americanos que evitem viagens ao Iêmen devido ao "nível elevado das atividades terroristas e dos distúrbios civis".

Também recomendou aos moradores americanos que abandonem o Iêmen.

Nesta quarta-feira, o Reino Unido e a França tomaram as mesmas medidas.

"A situação de segurança no Iêmen seguiu piorando nos últimos dias. Consideramos que, lamentavelmente, os funcionários e a sede da embaixada estão em perigo", disse o ministro britânico encarregado para o Oriente Médio, Tobias Ellwood.

"Portanto, decidimos retirar os funcionários diplomáticos e suspender temporariamente as operações da embaixada em Sanaa", completou.

A França recomendou nesta quarta-feira aos franceses que residem no Iêmen que deixem o país o mais rápido possível e anunciou o fechamento provisório da embaixada a partir de sexta-feira, 13 de fevereiro.

A embaixada da Itália permaneceu fechada nesta quarta-feira e uma fonte diplomática afirmou à AFP que vários países europeus estavam pensando em seguir a medida.

Na terça-feira, em um discurso exibido na televisão, o líder da milícia xiita Abdel Malek al-Huthi tentou tranquilizar as missões diplomáticas presentes em Sanaa.

"Alguns espalham o temor nas missões diplomáticas para que fujam do país", disse Al-Huthi.

"A situação de segurança é muito estável em Sanaa", disse o miliciano.

Os combatentes xiitas da Ansaruallah, também conhecidos como huthis pelo sobrenome de seu líder, criaram na sexta-feira um conselho presidencial e uma comissão de segurança para, segundo anunciaram, preencher o vazio de poder e evitar a ameaça da Al-Qaeda, presente no leste e sul do Iêmen.

A milícia xiita assumiu o controle de Sanaa em setembro, antes de tomar o palácio presidencial e importantes edifícios do governo, o que provocou a renúncia do presidente iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, e do primeiro-ministro Khaled Bahah.

Os fechamentos das embaixadas foram anunciados após o fracasso, no início da semana, das negociações mediadas pela ONU para encontrar uma solução à crise.

Os huthis insistem na dissolução do Parlamento, enquanto outros partidos políticos desejam que continuem funcionando porque é a última instituição legítima de Iêmen.

Na terça-feira, os huthis assumiram o controle de Baida, uma cidade estratégica no centro do país.

Em Sanaa, centenas de iemenitas contrários aos huthis recordam nas ruas o 11 de fevereiro de 2011, data do início das manifestações que provocaram um ano depois a renúncia de Ali Abdullah Saleh à presidência.

As milícias xiitas abriram fogo para dispersar os manifestantes e, segundo testemunhas, várias pessoas ficaram feridas.

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