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EUA fortalecem defesa de Israel contra ameaças iranianas

Com o envio de mais forças ao Oriente Médio, Washington responde à escalada de tensões regionais

Estados Unidos aumentaram de forma significativa sua presença militar no Oriente Médio. (AFP/AFP)

Estados Unidos aumentaram de forma significativa sua presença militar no Oriente Médio. (AFP/AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 08h19.

Em meio a uma escalada de tensões no Oriente Médio, os Estados Unidos decidiram aumentar significativamente sua presença militar na região, enviando mais tropas e equipamentos militares para reforçar a defesa de Israel. A medida vem em resposta às ameaças de retaliação do Irã após o assassinato de Ismail Haniyeh, ex-líder político do Hamas, em Teerã no dia 31 de julho. As informações são da CNBC.

O Departamento de Defesa dos EUA anunciou no domingo, 11, o envio de um submarino com mísseis guiados e a aceleração da movimentação de um grupo de ataque de porta-aviões equipado com caças F-35C para o Oriente Médio. Essa mobilização é parte do esforço dos EUA para fortalecer sua postura militar e capacidades defensivas na região, em meio ao aumento das tensões regionais.

Compromisso com a defesa de Israel

Em comunicado, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, reafirmou o compromisso dos Estados Unidos em tomar todas as medidas possíveis para defender Israel. A declaração foi feita após uma conversa entre Austin e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant. Durante a chamada, Austin destacou o fortalecimento das capacidades militares dos EUA no Oriente Médio, mencionando o envio de forças adicionais e o aumento da prontidão dos recursos já presentes na região.

A movimentação das forças americanas ocorre em um contexto de ameaças por parte da liderança iraniana, que prometeu vingança contra Israel pelo assassinato de Haniyeh. Embora Israel não tenha comentado publicamente sobre o incidente, o Irã, que apoia o Hamas, acusou Israel de ser o responsável pelo ataque. Até o momento, Teerã não respondeu militarmente, mas a expectativa de uma retaliação mantém a região em estado de alerta.

Risco de conflito

A possibilidade de um conflito direto entre Israel e Irã, assim como seus aliados, como o grupo militante Hezbollah, no Líbano, representa um risco significativo de desestabilização para toda a região. Até agora, os ataques entre os dois países, como os registrados em abril, foram calculados para evitar danos e vítimas em grande escala, sugerindo uma tentativa de evitar uma escalada maior. No entanto, analistas alertam que uma retaliação futura do Irã pode ser mais severa, aumentando o risco de um confronto aberto.

As tensões entre Israel e Irã aumentaram ainda mais desde o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro, que resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas em Israel e na captura de mais de 250 reféns, dos quais 116 já foram libertados. A resposta militar israelense ao ataque resultou em mais de 39.000 mortos na Faixa de Gaza, de acordo com autoridades locais de saúde, e a destruição de metade dos edifícios do enclave bloqueado, segundo a ONU.

Impacto na diplomacia

A morte de Haniyeh, que liderava as negociações de cessar-fogo pelo Hamas, levanta questões sobre o futuro das tentativas de encontrar uma solução diplomática para o conflito entre o grupo militante palestino e Israel. O novo líder político do Hamas, Yahya Sinwar, visto como mais radical e menos disposto a negociar um acordo de cessar-fogo, tem laços estreitos com o Irã, o que pode complicar ainda mais as perspectivas de paz.

A escalada de tensões no Oriente Médio coloca a comunidade internacional em alerta, com o potencial de um conflito mais amplo que envolveria múltiplos atores regionais e globais. O reforço da presença militar americana na região é um sinal claro do comprometimento dos EUA com a defesa de Israel, mas também sublinha a gravidade da situação e a necessidade urgente de evitar um conflito em larga escala.

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