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EUA: famílias brancas e negras evitam bairros multiculturais

O estudo ressalta a necessidade de adotar medidas para enfrentar a segregação residencial

Das 8.823 famílias brancas que se mudaram, 56,8% o fizeram a bairros onde predominam as pessoas desta cor
 (John Moore/Getty Images/AFP)

Das 8.823 famílias brancas que se mudaram, 56,8% o fizeram a bairros onde predominam as pessoas desta cor (John Moore/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2012 às 10h03.

Washington - Relativamente poucas famílias brancas ou negras estão se mudando para o que é um número cada vez maior de bairros diversos e multiculturais nos Estados Unidos, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira.

Em um artigo publicado na American Sociological Review, um grupo de sociólogos examinou os "padrões de mobilidade" de famílias brancas e negras que se mudaram de casa entre 1977 e 2005 dentro de suas áreas metropolitanas.

Das 9.940 mudanças realizadas por famílias negras, 43,7% foram para bairros de predominância de pessoas desta raça, segundo a pesquisa.

Apenas 17,7% de negros se mudaram para distritos multiétnicos, catalogados como aqueles nos quais há ao menos 10% de população negra, asiática ou hispânica e 40% de brancos.

Das 8.823 famílias brancas que se mudaram, 56,8% o fizeram a bairros onde predominam as pessoas desta cor.

"Prestamos muita atenção à proliferação de vizinhanças multiétnicas, mas estas são apenas uma pequena parte do programa de mobilidade entre bairros para brancos e negros", afirma a principal autora do estudo, Kyle Crowder, professora de sociologia da Universidade de Washington.

"A verdade é que, no que diz respeito à segregação residencial, ainda há muito caminho a percorrer", acrescentou.

Crowder afirma que seu estudo ressalta a necessidade de adotar medidas para enfrentar a segregação residencial, que influencia em questões como as taxas de criminalidade, a atenção com a saúde e a exposição à contaminação.

"Quando as pessoas dizem 'a segregação está acabando' ou 'não precisamos mais nos preocupar sobre isso', esse é o tipo de mensagens as quais as pessoas aderem rapidamente, afirmou. "Infelizmente, estes tipos de afirmações são falsas", disse.

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