Kelly Keiderling, encarregada de negócios dos EUA na Venezuela, durante conferência de imprensa na embaixada americana em Caracas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2013 às 19h06.
Caracas - A Venezuela disse nesta quarta-feira que os Estados Unidos deram um prazo de 48 horas ao chefe de sua missão diplomática em Washington e a outros funcionários para abandonarem o país, em represália à expulsão de três membros da delegação norte-americana em Caracas acusados de fazer um complô contra seu governo socialista.
No mais recente impasse diplomático entre as nações que já estavam sem embaixadores, o presidente Nicolás Maduro mandou embora na segunda-feira três funcionários norte-americanos acusados de complô, com a oposição venezuelana, para desestabilizar o país.
"Repudiamos a expulsão", disse o comunicado publicado na quarta pela chancelaria venezuelana.
"Não se pode considerar esta uma decisão recíproca, ao observar a conduta inequívoca de nossos funcionários, que não ousaram em nenhum momento manter reuniões com grupos contrários ao governo do presidente Barack Obama ou com pessoas interessadas em agir contra o governo norte-americano", acrescentou.
Os diplomatas venezuelanos são Calixto Ortega, encarregado de negócios da embaixada da Venezuela em Washington; Mónica Sánchez, segunda secretária da embaixada; e Marisol Gutiérrez, do consulado da Venezuela em Houston.
O porta-voz da Casa Branca Jay Carney disse que as acusações da Venezuela só buscam ofuscar os graves problemas que vive o país.
"Esta ação por parte do governo venezuelano é claramente uma tentativa de distrair a atenção de seus problemas internos e não é uma forma séria de um país conduzir sua política exterior", disse Carney a jornalistas em Washington.
Desde que venceu a Presidência en abril, Maduro acusa seus opositores de planejar, junto com os Estados Unidos, magnicídio, estocar produtos de consumo para gerar escassez e sabotagem ao sistema elétrico venezolano.
As brigas entre Caracas e Washington foram herdadas por Maduro do falecido Hugo Chávez, que sempre viu nos Estados Unidos um inimigo de sua revolução socialista.