Quartel da Polícia nigeriana: desde 2009, quando a Polícia matou o líder da Boko Haram, Mohammed Yousuf, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que causou mais de três mil mortes. (Pius Utomi Ekpei/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2013 às 16h55.
Washington - Os Estados Unidos reiteraram nesta quarta-feira a sua "profunda preocupação" com a crescente insegurança no norte da Nigéria e afirmaram que a declaração do estado de emergência nos estados de Borno, Yobe e Adamawa reflete a "piora no ciclo de violência" na região.
"Estamos profundamente preocupados com a crescente insegurança no norte da Nigéria e a ameaça potencial que representa para a estabilidade tanto do país como da região", afirmou Patrick Ventrell, porta-voz do Departamento de Estado, em sua entrevista coletiva diária.
Ventrell se referia ao anúncio feito hoje de que o Exército da Nigéria procederá a um grande desdobramento de tropas para combater o terrorismo islâmico no nordeste do país.
O anúncio aconteceu um dia depois de o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, ter declarado estado de emergência nesta região, após uma onda de mortíferos ataques, a maioria deles atribuída à milícia radical islâmica Boko Haram.
Washington voltou a condenar "a campanha de terror levada a cabo pela Boko Haram", e instou as autoridades nigerianas a "garantirem que as forças de segurança protejam os civis, de modo que sejam protegidos os direitos humanos e o estado de direito".
Por isso, precisou que os EUA já deixaram claro ao Governo nigeriano que "sua resposta firme à insegurança no norte e sua incapacidade para enfrentar as violações dos direitos humanos podem afetar potencialmente a nossa capacidade de oferecer assistência".
Desde 2009, quando a Polícia matou o líder da Boko Haram, Mohammed Yousuf, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que causou mais de três mil mortes, segundo números do Exército nigeriano.
Com 170 milhões de habitantes integrados em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais povoado da África, vive múltiplas tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.