Jato danificado por um bombardeio no Aeroporto Internacional de Trípoli, na Líbia (Hani Amara/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2014 às 11h08.
Washington - Os Estados Unidos evacuaram neste sábado todos os funcionários na Líbia devido aos intensos combates registrados na capital, informaram funcionários de alto escalão.
Embora a embaixada já operasse com uma equipe reduzida, os funcionários que permaneciam na representação diplomática saíram em direção à Tunísia, horas após o governo interino líbio alertar que o Estado podia "naufragar" devido aos confrontos entre milícias rivais pelo controle do aeroporto de Trípoli.
"Devido à violência atual pelos confrontos entre milícias líbias nas imediações da embaixada dos Estados Unidos em Trípoli, realocamos nossos funcionários fora da Líbia", declarou a porta-voz adjunta de Estado, Marie Harf, em um comunicado.
"Estamos comprometidos em apoiar o povo líbio durante este período de desafios, e estamos analisando todas as opções para um retorno permanente a Trípoli depois que a segurança em terra melhorar", acrescentou.
Harf acrescentou que, enquanto isso, "os funcionários operarão de Washington e de outros postos da região".
O departamento de Estado também recomendou que seus cidadãos não se dirijam à Líbia e convocou todos aqueles que estão no país a saírem imediatamente.
Segundo o secretário americano de Estado, John Kerry, os Estados Unidos agiram dessa forma devido a um "risco real" para seus funcionários.
Kerry explicou que os Estados Unidos suspenderam suas operações diplomáticas na Líbia, mas que não fecharão sua embaixada por isso.
Novos confrontos explodiram na sexta-feira entre milícias líbias que lutam para tomar o controle do aeroporto internacional de Trípoli, palco de combates desde 13 de julho que provocaram o fechamento imediato das conexões aéreas do país com o resto do mundo.
"Lamentavelmente precisamos tomar esta decisão porque nossa embaixada está localizada muito perto dos intensos confrontos e da violência entre facções armadas líbias", disse Harf.
A porta-voz confirmou que os funcionários da embaixada saíram do país e que chegaram na manhã deste sábado à Tunísia.
Os Estados Unidos sofreram em 2012 um ataque de militantes contra uma legação diplomática na cidade de Benghazi (leste), no qual o embaixador Chris Stevens e três membros da equipe americana morreram.
Nos recentes confrontos, ao menos 47 pessoas faleceram e outras 120 ficaram feridas, segundo o ministério da Saúde líbio.
Estes confrontos - os mais violentos na capital líbia desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011 - explodiram após um ataque dirigido por um grupo armado integrado por combatentes islâmicos e ex-rebeldes da cidade de Misrata (200 km a leste de Trípoli) que tenta expulsar os ex-insurgentes de Zenten, seus antigos companheiros de armas.
Os ex-rebeldes de Zenten controlam o aeroporto de Trípoli, assim como várias instalações militares e civis do sul da capital, desde a queda de Kadhafi.