Chong afirma que podia escutar os agentes da DEA abrindo e fechando uma outra cela ao lado e que gritou várias vezes por socorro (Giuseppe Cacace/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2012 às 15h09.
San Diego - Um estudante universitário norte-americano foi esquecido em uma cela por agentes federais da DEA, agência antidrogas do governo dos Estados Unidos, e deixado cinco dias sem comida, água ou acesso a um banheiro. O estudante de 24 anos, Daniel Chong, disse que bebeu a própria urina para sobreviver. Chong, estudante de engenharia na Universidade da Califórnia, foi detido junto a outras 21 pessoas durante uma busca policial em San Diago que apreendeu 18 mil pílulas de ecstasy, outras drogas e armas.
Chong disse que agentes da DEA lhe afirmaram que ele seria liberado. Um agente prometeu até levá-lo em casa a partir do escritório da DEA. Ao contrário, foi conduzido a uma cela provisória para aguardar a libertação. A porta-voz da DEA, Amy Roderick, disse que ele foi esquecido no local acidentalmente.
Chong afirma que podia escutar os agentes da DEA abrindo e fechando uma outra cela ao lado e que gritou várias vezes por socorro. "Eu tive que beber minha própria urina. Eu tive que fazer o que eu fiz para sobreviver" afirmou o estudante. Quando foi encontrado em 25 de abril, o estudante foi levado a um hospital. Ele estava desidratado e com um pulmão perfurado - Chong ingeriu, no desespero, os óculos moídos e o vidro esmigalhado provocou a perfuração.
"Quando eles abriram a porta, um deles falou: 'olha a água que você tanto pediu'", disse o estudante. Chong também ingeriu um "pó branco" que os agentes da DEA esqueceram dentro da cela e que o estudante encontrou mais tarde. O "pó branco" foi identificado como metanfetamina. O estudante disse que a droga provocou alucinações e que ele ficou "completamente insano". A DEA não comentou o esquecimento do estudante em uma cela sem água nem comida, com uma droga, por cinco dias. O advogado de Chong, Eugene Iredale, disse que processará o governo federal dos EUA.
As informações são da Associated Press.