Primeiro carregamento não conseguiu ser entregue ao país em crise por bloqueio militar (Twitter Embaixada EUA na Colômbia/Reprodução)
EFE
Publicado em 15 de fevereiro de 2019 às 21h16.
Washington - O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira o envio de mais ajuda humanitária à cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela, em resposta ao pedido do líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente em exercício no último mês de janeiro.
"No dia 16 de fevereiro, o Departamento de Estado, a USAID (agência para o desenvolvimento internacional) e o Departamento de Defesa, em um esforço cooperativo, entregarão ajuda pronta para sua distribuição dentro da Venezuela em Cúcuta, na Colômbia", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Robert Palladino.
Fontes diplomáticas que pediram para não serem identificadas confirmaram à Agência Efe que já há "aviões militares americanos" a caminho da Venezuela com ajuda humanitária.
Consultado pela Efe, o Departamento de Defesa recusou pronunciar-se sobre este ponto, mas confirmou que Washington já transportou ajuda humanitária à região há dias.
"Os EUA posicionaram provisões de socorro - incluindo alimentos, pacotes de higiene e provisões médicas - na Colômbia na semana passada e seguirá coordenando-se com o presidente Guaidó e sua equipe de especialistas, governos na região e parceiros humanitários para mobilizar ajuda para o povo da Venezuela", afirmou em comunicado o tenente-coronel Jamie Davis, porta-voz do Pentágono.
Palladino, por sua vez, declarou que um voo com ajuda, sobre a qual não ofereceu detalhes, partirá de Miami neste sábado.
Em Cúcuta, funcionários de USAID e do Departamento de Estado, assim como responsáveis colombianos e representantes de Guaidó, "receberão as provisões para aumentar a ajuda já pré-posicionada no primeiro centro de ajuda humanitária internacional do presidente Interino venezuelano", disse o porta-voz.
"Esta resposta de várias agências do governo (americano) é uma das demonstrações do compromisso dos EUA com o povo da Venezuela", indicou Palladino, que destacou que, em coordenação com o Executivo colombiano e os representantes de Guaidó, a assistência "tratará as maiores necessidades das populações (venezuelanas) mais vulneráveis".
Palladino ressaltou que "esta missão humanitária destaca o compromisso firme dos Estados Unidos e sua disposição para responder à crise política, econômica e humanitária criada por um homem", em referência ao presidente Nicolás Maduro.
Além disso, o diretor da USAID, Mark Green, viajou nesta sexta-feira à Colômbia, onde permanecerá até segunda-feira para "visitar o armazém" onde está estocada a ajuda humanitária americana na fronteira com a Venezuela, além de reunir-se com o pessoal da sua agência no terreno, informou o seu escritório em comunicado.
No último dia 23 de janeiro, o líder opositor venezuelano Juan Guaidó invocou artigos da Constituição venezuelana para reivindicar que, como líder do parlamento, podia declarar-se presidente em exercício por considerar "ilegítima" a posse de Maduro.
Guaidó fixou o próximo dia 23 de fevereiro como prazo para a entrada na Venezuela da ajuda humanitária internacional.