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EUA encerram caso sobre negro morto por policial na Louisiana

Segundo o Departamento, as investigações "não conseguiram reunir provas suficientes para processar" os dois agentes envolvidos

Homenagem: o caso da morte de um vendedor ambulante negro pelas mãos de um policial gerou grande polêmica nos EUA no ano passado (Jonathan Bachman/File Photo/Reuters)

Homenagem: o caso da morte de um vendedor ambulante negro pelas mãos de um policial gerou grande polêmica nos EUA no ano passado (Jonathan Bachman/File Photo/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de maio de 2017 às 11h04.

Última atualização em 4 de maio de 2017 às 11h05.

O governo dos Estados Unidos ordenou nesta quarta-feira (3) encerrar uma investigação federal sobre o homicídio, em 2016, de um vendedor ambulante negro em Louisiana pelas mãos de um policial - de acordo com um comunicado oficial.

É a primeira vez que o novo procurador-geral americano, Jeff Sessions, decide renunciar publicamente a uma investigação contra a Polícia por suspeita de abuso da força. O caso gerou grande polêmica no ano passado nos Estados Unidos.

A morte, aos 37 anos, de Alton Sterling, na cidade de Baton Rouge, despertou o fantasma do racismo no âmbito da polícia americana, frequentemente acusada de brutalidades gratuitas contra os negros.

Sua morte provocou reações de indignação em todo o país, além de uma série de eventos de alta tensão. Diante da repercussão, o Departamento de Justiça havia anunciado rapidamente uma investigação federal.

Mas as investigações "não conseguiram reunir provas suficientes para processar" os dois agentes da Polícia de Baton Rouge envolvidos, informou o Departamento nesta quarta-feira.

Alton Sterling, pai de cinco filhos, conhecido como "CD man", vendia CDs no estacionamento de um shopping. Sua aparência física correspondia à descrição de uma pessoa procurada, segundo a Polícia, que decidiu interrogá-lo.

Sterling resistiu à prisão, como mostra o vídeo amador que contribuiu para dar repercussão internacional ao episódio.

Segundo o informe da investigação policial publicado nesta quarta, Sterling levava uma arma calibre .38, carregada com seis balas, mas nenhuma testemunha independente confirmou as afirmações das autoridades de que teria tentado empunhá-la.

O encerramento do caso foi recebido com tristeza por seus familiares.

"Esperamos todo esse tempo para nada", lamentou Sandra Sterling, tia de Alton.

"Isso faz tanto mal", completou.

O presidente da organização Southern Poverty Law Center, uma organização que combate contra o racismo, disse "profundamente preocupado".

"A população americana precisa de uma resposta sobre os últimos momentos da vida de Sterling: saber por que isso se parece menos um controle policial do que uma execução pública", afirmou Richard Cohen.

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